“O que tememos é exatamente isso, uma deslocalização total da empresa Cofaco, agora pelo Pico, mas já temendo o que poderá acontecer com a fábrica de Rabo de Peixe na ilha de São Miguel”, declarou aos jornalistas Vítor Silva.
O dirigente, que falava em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, em conferência de imprensa para apresentação das conclusões da reunião do secretariado da direção regional do PCP, referiu desconhecer uma eventual deslocalização da empresa para Cabo Verde, afirmando que “nenhum outro partido representado na Assembleia Legislativa Regional dos Açores tem essa informação”.
A administração da conserveira Cofaco, que labora atum, informou esta terça-feira que iria proceder ao “despedimento coletivo” dos 180 trabalhadores da empresa.
Para Vítor Silva, todo este processo “foi tratado com o máximo secretismo e sigilo e os resultados foram, infelizmente, muito maus, porque não se deu a oportunidade a outros intervenientes, com uma posição diferente, de manifestar a sua posição e até alterar o processo”.
“Não venha agora o senhor presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, sacudir a ‘água do capote’, afirmando que não se substitui à administração da empresa, quando soube sempre o que se estava a passar, escondendo dos trabalhadores, do parlamento e da opinião pública. Será que a velha máxima do capital de que “o segredo é a alma do negócio” foi aqui aplicada?”.
O líder do PCP/Açores considerou que se está “perante uma situação que se repete, uma vez que, em 2010, a Cofaco encerrou a unidade fabril da Ilha do Faial, voltando agora, uma vez mais, a contribuir para o agravamento da situação social, aumento do desemprego e o retrocesso da economia das ilhas do Faial, Pico e São Jorge e, consequentemente, da região”.
O PCP/Açores anunciou, entretanto, que vai propor no parlamento regional um conjunto de “medidas urgentes que permitirão, no imediato, melhorar os rendimentos dos açorianos, combater a precariedade, relançar a geração de riqueza e a criação de emprego”.
Vítor Silva exemplificou com o aumento do salário mínimo e do acréscimo regional de 5% para 7,5%, da remuneração complementar dos trabalhadores da administração regional em 12,5%, a par do “combate ao trabalho precário e abuso de programas ocupacionais”.
Os comunistas querem ver reduzido o preço da tarifa da eletricidade para as famílias e micro, pequenas e médias empresas, eliminadas as taxas moderadoras na saúde, reduzida a taxa mais alta do IVA, aumentado o complemento regional de pensão e do abono de família, ao mesmo tempo que reafirmam que estão contra privatização da SATA, “estratégica para os Açores”.
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