No final de 2022 os depósitos de particulares ascendiam a 182,4 mil milhões de euros (mais 9,6 mil milhões de euros face a 2021), sendo que os depósitos à ordem totalizavam 90,3 mil milhões de euros, ou seja, 49,5%. Este valor significa um aumento face aos 44,9% de 2020 e 47,8% de 2021.
Nos últimos anos, rentabilidade real negativa dos depósitos tem feito com que os clientes prefiram manter os depósitos à ordem. Para já, apesar do aumento das taxas de juro, o rendimento dos depósitos não acompanha.
Já os depósitos de empresas eram de 67,3 mil milhões de euros no final de 2022, mais 5,5 mil milhões de euros face a 2021.
Apesar destes aumentos, o crescimento dos depósitos abrandou em 2022, tal como já referido pelo BdP a semana passada.
Os depósitos são a principal rubrica do passivo (responsabilidades) dos bancos portugueses, ascendendo os depósitos e equiparados a 356,4 mil milhões de euros.
Segundo o BdP, em 2022, “os bancos continuaram a financiar-se maioritariamente através de depósitos e da emissão de títulos de dívida”. Os depósitos representavam 76% do passivo e a emissão de dívida 11% do passivo.
Já o financiamento dos bancos junto dos bancos centrais da zona euro reduziu-se em 25,9 mil milhões de euros para 16,1 mil milhões de euros. Segundo o BdP, após dois anos de aumentos do financiamento junto do Banco Central Europeu, “as subidas das taxas de juro pelo BCE levaram vários bancos a amortizar antecipadamente os montantes obtidos através das operações de refinanciamento”.
Já do lado do ativo, no final de 2022, este totalizava 467,6 mil milhões de euros (abaixo dos 473,4 mil milhões de euros de final de 2021), sendo principalmente composto por empréstimos (cerca de 301 mil milhões de euros) e títulos de dívida (125 mil milhões de euros).
No crédito, após três anos de crescimento, em 2022, o total de empréstimos reduziu-se 4,6 mil milhões de euros para 301,2 mil milhões de euros.
Ainda no final de 2022, os bancos tinham 44,7 mil milhões de euros de capital e reservas, menos 2,1 mil milhões do que em 2021. O regulador e supervisor bancário diz que a redução é, “em grande parte, reflexo de desvalorizações de títulos em carteira, saída de balanço de créditos abatidos ao ativo e de vendas de crédito”.
Após três anos de crescimento, em 2022, o montante total de empréstimos concedidos pelo setor bancário reduziu-se 4,6 mil milhões de euros, para 301,2 mil milhões de euros, com queda de empréstimos a empresas e abrandamento do crédito a particulares, sobretudo empréstimos à habitação.
Quanto aos títulos de dívida, a carteira do setor bancário desceu 2,2 mil milhões de euros, referindo o banco central que a desvalorização dos títulos detidos superou os novos investimentos. O ano passado, os bancos aumentaram a exposição a títulos de dívida emitidos por administrações públicas não residentes (para 33,8 mil milhões de euros), enquanto diminuíram a exposição a títulos de dívida de pelas administrações públicas residentes (para 24,2 mil milhões de euros) assim como ao setor financeiro residente (para 43,1 mil milhões).
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