O Governo britânico deverá apresentar o orçamento do Estado em 17 de novembro, num momento em que o país sofre com o peso da inflação em níveis recorde e com as preocupações financeiras causadas pelo Governo anterior da conservadora Liz Truss.
De acordo com vários meios de comunicação britânicos, citados pela AFP, o primeiro-ministro e seu ministro das Finanças, Jeremy Hunt, estão a considerar destinar até 50.000 milhões de libras (cerca de 57.000 milhões de euros) em aumentos de impostos e cortes de gastos, para garantir a estabilidade de longo prazo das finanças públicas, augurando um retorno da austeridade.
“Há decisões difíceis a ser tomadas, […] mas seremos justos sobre como vamos abordá-las”, prometeu Rishi Sunak, em entrevista ao jornal The Times, 10 dias após a sua chegada a Downing Street, após a renúncia de Liz Truss.
No entanto, o governante alertou que “o Governo não pode fazer tudo” e que terá de escolher as prioridades, caso contrário pode ter de “pedir dinheiro emprestado, o que acaba por levar a uma inflação alta, perda de credibilidade e aumento das taxas de juros”.
“Acho que a inflação é o inimigo número um”, defendeu Sunak, prometendo enfrentar o problema, depois de o Banco de Inglaterra ter subido novamente, esta semana, as taxas de juro, numa tentativa de conter a escalada da inflação.
Além do aumento dos preços, os britânicos estão também a sofrer aumentos de taxas de juro, que aumentam o custo dos empréstimos bancários para habitação.
O país tem sido palco de várias greves, nos últimos meses, para reivindicar aumentos salariais e está previsto um novo protesto, hoje, em Londres, contra o aumento do custo de vida e para exigir eleições gerais, num momento em que os conservadores, no poder há 12 anos, lutam para se manter à frente nas sondagens, face à oposição do Partido Trabalhista.
“A minha missão é reconquistar a confiança do povo britânico, […] sendo honesto e justo […] e agindo nas questões que preocupam as pessoas”, sublinhou Sunak.
O primeiro-ministro garantiu ser alguém em quem os britânicos “podem confiar para perceber a economia”, o que pode ser interpretado como uma crítica à antecessora, cujo mandato durou menos de 50 dias.
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