"Comecem desde já a preparar os projetos, a estabelecer os consócios no âmbito das Comunidades Intermunicipais, as parecerias com as misericórdias, as mutualidades e as IPSS para completarmos a rede de cuidados continuados integrados até 20216, e para a requalificação dos centros de saúde e investimento na escola digital que vão passar a gerir", disse António Costa, em Coimbra.
O líder do Governo falava no encerramento da cerimónia de apresentação dos projetos de reabilitação e valorização fluvial, que inclui a intervenção em 150 quilómetros de linhas de água e 50 massas de água, abrangendo 55 municípios, num investimento de 50 milhões de euros, que tem de estar concretizado até final de 2023.
Salientando que o Governo já fez a sua parte, com a negociação da existência do PRR e a sua elaboração, o primeiro-ministro disse que Portugal está a fazer também "sua parte" para que seja aprovado até ao final da presidência portuguesa da União Europeia e possa começar a ser executado ainda neste Verão.
Para António Costa, "é fundamental ter a mobilização dos municípios" para a execução do PRR, pelo que pediu aos municípios para se preparem para "fazer bastante mais, porque temos uma oportunidade única no país que temos de responder e só o faremos positivamente se o fizermos em conjunto".
"Já provaram bem que o podem fazer e até melhor do que a administração central, portanto o que peço é que até 20216 façam mais, melhor e cumpram este PRR", sublinhou o governante, que, no final da cerimónia, não quis comentar aos jornalistas o desafio do presidente da Câmara de Coimbra para que Portugal avance na regionalização.
O autarca, que preside à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), disse, na sua intervenção, que a descentralização "é mesmo o caminho certo para construir um país mais desenvolvido, mais equilibrado e coeso".
Manuel Machado pretende passar à "etapa seguinte" da regionalização, que "irá garantir a melhor e mais rápida implementação das políticas que implicam horizontes mais largos do que os dos municípios por si só".
"A regionalização obriga a um debate alargado e muito amplo da sociedade portuguesa consigo própria e obriga, naturalmente, a um referendo", sustentou o presidente da Câmara de Coimbra, salientando que "é nisso que todos devem trabalhar".
O desafio do autarca acabou por não ter eco na intervenção do primeiro-ministro António Costa, que ignorou o tema e falou da descentralização das novas competências para os municípios portugueses.
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