Em comunicado conjunto, o Mais Sindicato, SBN – Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro, Sindicato dos Bancários do Centro (afetos à UGT), Sintaf (ligado à CGTP), Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários e Sindicato Independente da Banca (independentes) disseram que o banco “mais uma vez demonstrou uma total insensibilidade perante trabalhadores que durante anos deram o seu melhor à instituição e mantendo-se irredutível em avançar com o despedimento coletivo de cerca de 210 bancários”.

As organizações, que decidiram avançar com uma greve, também devido a despedimentos no BCP, referiram que “apesar de tudo terem feito para evitar este desenlace, nunca se furtando ao diálogo e à negociação, apresentando soluções alternativas em cada momento, tanto no BCP como no BST [Banco Santander Totta], não foi possível vencer a intransigência das administrações — e mesmo depois de terem já reduzido cerca de dois mil postos de trabalho”.

O Santander Totta pretende a saída de 685 trabalhadores. Fonte oficial do banco disse na semana passada à Lusa que já foi acordada a saída com mais de 400 trabalhadores (reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo). Havia 230 funcionários com os quais não tinha chegado a acordo, pelo que poderão ser abrangidos por despedimento, mas o número não era ainda definitivo.

Já o BCP anunciou na semana passada que vai fazer um despedimento coletivo de 62 trabalhadores, segundo uma mensagem do presidente executivo aos funcionários do banco, a que a Lusa teve acesso.

Quanto a outras saídas, o banco chegou a acordo com cerca 700 trabalhadores por rescisão por mútuo acordo, reforma antecipada e pré-reforma.

Os sindicatos têm acusado os bancos de repressão laboral e de chantagem para com os trabalhadores, ao mesmo tempo que têm elevados lucros, acrescentam.

O BCP teve lucros de 12,3 milhões de euros no primeiro semestre (menos 84% do que no mesmo período de 2020) e o Santander Totta 81,4 milhões de euros (menos 52,9%).