"O país precisava e continua a precisar de ter um Orçamento do Estado aprovado", disse Eurico Brilhante Dias, à margem de uma cerimónia da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) esta quarta-feira, no Porto, após o chumbo da proposta do governo de Orçamento do Estado para 2022.

"O país tinha a ganhar, teria ganho em hoje ter um orçamento aprovado, que nos pudesse fazer olhar para o ano de 2022 com mais confiança na recuperação — é pena", referiu ainda o secretário de Estado.

"O país acabou de perder uma oportunidade de ter um ano de 2022 melhor", considera o secretário de Estado. "Mas há caminho para fazer e vamos continuar a trabalhar, que é o fundamental", disse também.

Porém, "sobre os aspetos mais impactantes, o senhor primeiro-ministro hoje já fez uma intervenção na Assembleia da República que foi muito ilustrativa", afirmou.

Questionado sobre se teme que a imagem de Portugal no exterior acabe prejudicada pela instabilidade política, Brilhante Dias disse que "temos de trabalhar".

"Acredito que o país saberá ultrapassar todas as dificuldades que enfrenta, tem uma cultura democrática com décadas de experiência desde 1974 e eu acredito que os partidos políticos e os portugueses no fim, se for essa a decisão de sua excelência o senhor presidente da República, saberão no momento da escolha escolher de forma adequada", disse ainda, sem fazer, no entanto, prognósticos acerca dos impactos do chumbo do Orçamento para a economia: "fazer futurologia neste momento não é o mais adequado", considerou.

Na votação na generalidade, no plenário da Assembleia da República, o PS foi o único partido a votar a favor da proposta orçamental, que mereceu as abstenções do PAN e das duas deputadas não-inscritas, Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.

No total, 108 deputados votaram a favor, cinco abstiveram-se e 117 votaram contra.

"O resultado foi a rejeição desta proposta do governo", afirmou o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, no final da votação.

Marcelo Rebelo de Sousa desviado do Porto para Belém

O presidente da República deveria ter hoje jantado no Mosteiro de São Bento da Vitória, no centro do Porto, para assinalar o 35.º aniversário da ANJE. Com o chumbo da proposta de orçamento, Marcelo Rebelo de Sousa foi, todavia, para o Palácio de Belém, após ter estado em Aveiro durante a tarde.

Também presente na cerimónia, o presidente da câmara municipal do Porto recusou comentar. "Sobre essa matéria não vou falar, não me diz respeito", considerou Rui Moreira.

Já o presidente da ANJE, Alexandre Meireles, disse ao SAPO24 que "a economia vai continuar, a ANJE vai continuar e esperemos que o impacto seja o menor possível e que as coisas continuem normalmente o seu rumo." Questionado sobre se teme que os prazos das candidaturas a fundos europeus possam sair afetados, referiu que ainda não sabe: "temos de perceber", mas sublinhou que "hoje é dia de falarmos sobre a ANJE e festejar."

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