Em conferência de imprensa, o ministro das Finanças, Mário Centeno, disse hoje que o saldo primário foi positivo, representando 2,2% do PIB, o que significa que “as receitas geradas pelo Estado foram mais do que suficientes para financiar as suas despesas primárias”, que excluem os encargos com a dívida pública.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) comunicou hoje ao Eurostat, no âmbito da primeira notificação prevista no Procedimento por Défices Excessivos (PDE), que o défice orçamental global representou 2,1% do PIB no ano passado.
Já no que diz respeito ao saldo primário, o INE informou que este saldo, líquido do pagamento de juros, foi positivo em 4.029 milhões de euros em 2016, “uma melhoria de 3.663 milhões de euros face ao ano anterior”, quando o saldo primário também foi positivo, mas inferior, totalizando 366 milhões de euros.
A despesa com juros totalizou no ano passado 7.836 milhões de euros, menos 4,3% face aos encargos de 8.191,3 milhões de euros suportados em 2015.
Ou seja, sem esta despesa, em vez de um défice orçamental de 3.807,3 milhões de euros (2,1% do PIB), Portugal teria um excedente de 4.028,7 milhões de euros, que corresponde a 2,2% do PIB.
Na conferência de imprensa que deu hoje, Mário Centeno defendeu que o défice conhecido hoje “não é um fim em si mesmo, mas o resultado de uma estratégia que permitirá diminuir os custos de financiamento da dívida”.
O INE reportou ainda ao Eurostat que a dívida pública em 2016 representou 130,4% do PIB, totalizando 241.061 milhões de euros.
O Governo estima um crescimento económico de 1,5%, um défice de 1,6% e uma dívida pública de 128,3% do PIB este ano, mas Mário Centeno admitiu rever as estimativas, dado os resultados obtidos.
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