Na informação divulgada sexta-feira em que sobe o ‘rating’ soberano de Portugal de ‘BBB-‘ para ‘BBB’, dois níveis acima do grau de investimento especulativo (‘lixo’), com perspetiva estável, a S&P faz também uma breve avaliação dos bancos portugueses, em que considera que ainda “enfrentam obstáculos em termos de rentabilidade e eficiência num ambiente de fraca procura de crédito”.
Segundo a agência de ‘rating’, a capacidade de os bancos gerarem lucros continua sob “pressão significativa” face às taxas de juro continuarem muito baixas, o que penaliza a margem financeira, e ao peso no balanço dos bancos de crédito malparado e imóveis problemáticos.
Além disso, refere, apesar de os bancos terem reduzido a dependência do financiamento do Banco Central Europeu (BCE), estes ainda apresentam dificuldades em encontrar outras fontes de financiamento a custos baixos que substituam Frankfurt.
Por fim, a S&P refere que a recente propensão dos bancos portugueses em usarem os lucros para pagarem dividendos aos acionistas, em vez de serem usados para melhorar as provisões para crédito malparado, significa um “incentivo misto” face à necessidade de os bancos fortalecerem a sua situação financeira.
Já a beneficiar os bancos está o aumento dos preços das casas uma vez que parte importante das garantias que os clientes prestam por empréstimos são imóveis.
A agência de notação financeira Standard & Poor’s subiu sexta-feira o ‘rating’ de Portugal de ‘BBB-‘ para ‘BBB’, ficando assim a dar a mesma avaliação à dívida soberana portuguesa do que a Fitch e a DBRS, que também avaliam a dívida pública portuguesa em ‘BBB’ com perspetiva estável.
A explicar a melhoria da nota atribuída a Portugal, a S&P indica que o excedente primário de 2018, de perto de 3% do PIB, “foi um dos mais elevados da zona euro e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), “colocando o rácio da dívida pública em relação ao PIB num caminho descendente firme”.
A S&P disse que espera que a economia portuguesa tenha um crescimento equilibrado entre 1,5% e 1,7% durante 2019-2021 e que Portugal continue, nos próximos três anos, a registar excedentes orçamentais primários, excluindo os pagamentos com juros, “mantendo o rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB) num caminho firme de redução”.
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