“Há muito poucas hipóteses de que os jogos não aconteçam, mas o futuro será diferente”, considerou o responsável máximo do futebol europeu, três dias depois da criação da Superliga e do fracasso da mesma nas últimas horas.
Nas meias-finais da ‘Champions’ encontram-se Paris Saint-Germain, Manchester City, Chelsea e Real Madrid, os três últimos cofundadores do projeto fechado da Superliga de futebol, embora os ingleses já tenham desistido.
“A questão é que esta época já começou. Se anulássemos os jogos [das meias-finais], as estações de televisão irão exigir indemnizações”, disse Ceferin em entrevista ao canal esloveno Pop TV.
O presidente da UEFA justificou o atual cenário, apesar de a UEFA ter manifestado nos últimos dias que consideraria a exclusão de qualquer competição nacional e internacional para os 12 clubes dissidentes da ‘Champions’.
O projeto da Superliga, anunciado no domingo, acabou por ruir antes de começar, primeiro com o abandono de Manchester City, Manchester United, Tottenham, Arsenal, Liverpool e Chelsea, e, depois, com as desistências do Inter de Milão e Atlético de Madrid.
Na entrevista de quarta-feira, Ceferin apelou a uma “reconstrução da unidade” no futebol europeu, mas disse que os clubes dissidentes “vão ter consequências”, embora refira que será tido em conta, com os clubes ingleses, o terem assumido o erro.
Em relação à participação futura de outros clubes nas competições, o dirigente disse que espera que contactem a UEFA e que será um assunto a entregar ao departamento jurídico do organismo que rege o futebol europeu.
“Estupidamente, não pude acreditar que os meus interlocutores diários estavam a preparar outro projeto nas nossas costas [quando se definia o novo formato da Liga dos Campeões]. Fui ingénuo, mas antes ingénuo do que mentiroso”, disse o presidente da UEFA.
Face à contestação dos adeptos e das autoridades governativas e do futebol, Manchester City, Liverpool, Arsenal, Manchester United, Tottenham e Chelsea iniciaram a debandada do projeto da Superliga na terça-feira, seguindo-se já na quarta-feira Atlético de Madrid e Inter Milão.
AC Milan e Juventus já reconheceram a necessidade de avaliar o projeto, enquanto o FC Barcelona faz depender a sua permanência da aprovação dos sócios. O Real Madrid é o único dos 12 clubes fundadores da competição que ainda não emitiu uma posição oficial sobre o tema.
O ‘sonho’ liderado pelo presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, juntou 12 dos principais clubes de Inglaterra, Espanha e Itália, tendo em vista a criação de uma competição anual com 20 equipas, na véspera de a UEFA revelar o formato competitivo da Liga dos Campeões, a partir de 2024/25.
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