“Esperamos um bom Natal e um próspero Ano Novo em termos da hotelaria da cidade e do negócio da cidade, pelos turistas que têm mantido aqui uma boa afluência, sendo certo que agora estamos também a falar da época de inverno”, disse à Lusa Vítor Costa, que é também presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa.
De acordo com o responsável, desde o final do primeiro trimestre de 2022 tem-se verificado “uma tendência de melhoria progressiva relativamente aos indicadores de 2021”, quando ainda houve uma vaga forte de covid-19.
Os dados indicam que 2022 está a aproximar-se da performance de 2019 e é isso que se espera para o Natal, “se não houver nenhuma numa situação que altere esta tendência”, referiu.
“Esperávamos que houvesse uma boa recuperação, mas não esperávamos que fosse tão positiva como foi até agora”, afirmou, salientando que os resultados ficaram “um pouco abaixo” em relação a antes da pandemia, mas obtiveram mais rentabilidade.
Segundo Vítor Costa, os resultados acumulados do ano fixaram-se em “cerca de 10% abaixo ainda de 2019, em termos do número de dormidas de turistas e passageiros do aeroporto”, mas “os indicadores económicos dos últimos dados apontam para um aumento de cerca de 14% relativamente a 2019” em termos de rentabilidade.
“É evidente que esta percentagem de aumento [da rentabilidade] também tem que ser corrigida com o aumento dos custos que existiram, a nível da mão-de-obra, a nível da eletricidade e dos custos que afetam toda a operação turística, seja qual for o setor. […] Talvez metade desse valor seja absorvido pela inflação, mas significa que, mesmo assim, ficamos, em termos da rentabilidade da riqueza gerada pelo turismo, acima do ano de 2019, o que excedeu um pouco as expectativas iniciais que o setor tinha”, sublinhou.
Para 2023, à semelhança de outras regiões do país, Lisboa como destino turístico tem um “elevado grau de incerteza”.
“Esperamos que esta tendência que eu referi, que é de subida, se possa manter e esperamos atingir os valores, mesmo em termos quantitativos de números de dormidas e de turistas, idênticos àqueles que tivemos em 2019, mantendo esta melhoria a nível dos indicadores económicos”, considerou o diretor-geral do Turismo de Lisboa.
No entanto, Vítor Costa realçou que se vive num clima de incerteza em que as previsões para a operação turística se podem alterar a qualquer momento, nomeadamente tendo em conta “a inflação, as taxas de juros, o preço dos combustíveis, e várias situações, principalmente a situação da guerra na Ucrânia e a situação internacional”.
“Quando é preciso fazer alguma austeridade individual a primeira coisa tradicionalmente que se corta ou que se limita são as viagens e as próprias empresas, na parte do turismo de negócios, também uma das primeiras coisas que cortam é o ‘marketing'”, reconheceu.
Vítor Costa sublinhou que cerca de 80% dos clientes de Lisboa são oriundos dos países europeus, “tradicionalmente a zona dos mais ricos do mundo e com mais estabilidade nas últimas décadas”, mas onde agora “há alguns mercados que têm alguns sinais de preocupação”.
O número de dormidas de turistas alemães, franceses e do Brasil não recuperou em 2022, mas em contrapartida existiu uma “subida muito significativa” de hóspedes de outras origens, como dos EUA, Canadá, Inglaterra e Irlanda, por exemplo, acrescentou.
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