
"Devemos combater qualquer tipo de violência. Quando a violência tem a ver com assuntos de raça, de credo ou de exclusão, ainda também é mais condenável (...) devemos unir-nos à volta dessa ideia de que somos uma sociedade pacífica que gosta de conviver com os outros povos", afirmou Gouveia e Melo, durante uma visita à Feira Nacional de Agricultura, em Santarém.
O candidato disse ter ficado "muito impressionado" com as imagens dos confrontos entre adeptos do Sporting e FC Porto e com a agressão ao ator Adérito Lopes levada a cabo por um grupo neonazi, considerando tratar-se de atos de "ódio sem sentido entre portugueses".
Questionado sobre os insultos xenófobos dirigidos ao líder da Mesquita de Lisboa durante as comemorações do 10 de Junho, Gouveia e Melo garantiu ter reagido de imediato.
"Virei-me para trás e disse ao senhor que insultava: 'O senhor é que nos envergonha, por favor, cale-se'", relatou, sublinhando que a cerimónia era um momento de união entre todos os portugueses, independentemente da sua fé ou origem.
Em resposta ao sheik Munir, que declarou não ter ouvido nenhuma defesa da sua parte, Gouveia e Melo disse que "devia estar distraído", sublinhando que foi a única pessoa na linha da frente a intervir.
"Não tinha que o fazer, mas senti-me obrigado pelos valores morais e éticos que defendo", acrescentou, referindo que não se deve "fomentar ódio, nem complexos raciais, nem exclusão".
Sobre a candidatura à Presidência da República, Gouveia e Melo afirmou que a sua prioridade será "unir os portugueses em torno do desenvolvimento económico", considerando que sem desenvolvimento, a democracia não cumpre a sua missão.
"Portugal anseia por uma mudança e essa mudança tem a ver muito com o desenvolvimento. A democracia entregou-nos muita coisa e ainda nos falta entregar o desenvolvimento que todos aspiramos", referiu.
Questionado sobre a importância do setor agrícola, o almirante defendeu que a agricultura "é um setor primário que garante resiliência e autonomia ao país" e que, apesar de mais automatizado, "deve continuar a ser acarinhado".
"A agricultura é o setor primário. É um setor também que garante resiliência ao país e garante autonomia ao país em caso de necessidade. De facto, é um setor importante que todos nós devemos acarinhar", afirmou.
JYRE // JPS
Lusa/Fim
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