Entrou uma petição na Assembleia para se legislar a residência alternada das crianças em caso de divórcio dos pais. Além de se pensar primeiro no bem-estar das crianças ao ter o mesmo tempo com ambos, é uma ideia que promove a igualdade de género. Felizmente, várias associações que lutam pela igualdade de género, como as Capazes, a UMAR ou a APAV, já se declararam contra. E bem. Uma coisa é lutar pela igualdade de género nas situações em que a mulher é geralmente prejudicada, outra é nos casos em que são os atrasados-mentais-são-todos-iguais-vão-morrer-longe dos homens a sê-lo.
Um dos grandes argumentos destas justas associações é que "as famílias são livres de aplicar o modelo de residência que melhor se lhes aplica". Ou seja, o homem até pode querer ser pai a tempo inteiro, com todos os deveres a que tem direito, e não apenas receber a criança ao fim-de-semana de duas em duas semanas como se estivesse na prisão, que se a mulher não quiser, fica como quer a mulher. Óbvio.
É importante que a luta pela igualdade de género passe por destruir estereótipos como a mulher ser fraca, estar destinada à lida da casa e a servir só para dar de mamar às crias, assim como passa por manter a excelente percepção social de que o homem é uma merda de pai negligente que nunca ama os filhos da mesma forma que as mulheres e que só serve para trazer sustento para o lar.
Mas há mais razões fortes para não se legislar a favor da residência alternada. Uma delas é, por exemplo, o facto de países como a França, a Holanda, a Bélgica ou a Suécia já o terem feito. E ninguém quer seguir o exemplo de países sub-desenvolvidos cujas sociedades são tão conhecidas por serem extremamente atrasadas, claro está.
E outra é o facto de o Instituto de Apoio à Criança ter concluído que, em 2016, 54% dos casos de maus tratos a crianças foram perpetrados por mulheres. O que quer dizer que em escandalosos e horripilantes 46% dos casos foram os homens-que-são-todos-uns-pais-de-merda a mal tratar os miúdos. Logo, é muito perigoso legislar a favor da igualdade parental, e mais vale deixar como está. A mulher com o direito a não deixar o homem ser pai porque sim, porque ela e só ela é que sabe o que é melhor para si. Ai, criança. O que é melhor para a criança.
Fico só curioso em relação a uma coisa. Qual é a posição destas associações no caso de divórcio entre duas mulheres? A mulher que tiver mais buço é a que fica menos tempo com as crianças porque, como sabemos, em todos os casais de lésbicas há uma que tem mais buço do que a outra? Não sei. Elucidem-me. Não quero estar aqui a estereotipar.
Ficamos também à espera que apareçam associações feministas que percebam que o feminismo é igualdade de género, não é o contrário de machismo. É que isto de uma igualdade em que uns são mais iguais que outros já está visto, e era giro que Portugal não fosse (ainda mais) uma Quinta dos Animais.
Sugestões mais ou menos culturais que, no caso de não valerem a pena, vos permitem vir insultar-me e cobrar-me uma jola:
- Fragmentos: o álbum do Janeiro é uma maravilha de uma ponta à outra. É passarem no Spotify ou semelhante.
- Mizé, antes galdéria do que normal e remediada: livro de Ricardo Afonso. Li mim tirimho e adorei. Dava um excelente filme português.
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