Hoje, resolvi olhar o futuro e para cima. E o futuro são os drones. Os drones começaram por ser usados pela Força Aérea americana e agora passaram a fazer parte dos nossos dias e a semana passada a Amazon revelou mais detalhes sobre o Amazon Prime Air, o drone que irá fazer entregas de compras.
Afinal que raio de ideia é esta da Amazon querer fazer entregas com drones?! Eu ainda não percebi se eles fazem isso com toda a gente ou se é preciso estar inscrito na Al-Qaeda. Normalmente, os drones sabem a morada de tudo o que é terrorista.
Segundo as notícias, a Amazon diz ter pronto um sistema de entregas com recurso a drones que demorará apenas meia hora a chegar ao cliente após a encomenda ser feita online. Isso se não apanharem fila de drones, em marcha lenta, na saída do IC19.
Eu acho uma bela invenção para quem não mora num prédio. Porque se calha aterrarem na varanda do meu vizinho, nunca mais vejo a encomenda. Como é que os drones fazem entregas em casa de quem mora num prédio com um bloco de apartamentos com janelas em guilhotina? Não estou a ver como é que o drone entra pela janela sem bater no lustre e sem ter chatices com a minha mãe. A minha tia Ofélia, se visse um entrar pela varanda, era capaz de matar o drone com uma vassoura.
Se isto for para a frente espero que passe a haver uma época de caça ao drone. Uma coisa do género: bum! – “Epá tive sorte, o meu drone trazia o novo CD do Sérgio Godinho. E o teu? – “Tive azar. O meu vinha com o livro da Maria Vieira. Ao menos matei o drone mas salvei vidas”. E dá para chegar a casa depois da caça, cheios de livros e DVD's atados no capot do carro, e dizer ”havias de ver o que fugiu! Trazia um serviço de chá do eBay.”
Eu desconfio sempre de coisas eléctricas que vão bater a casa das pessoas. Não se esqueçam que um drone com um dildo pode estragar uma casa. Basta dar as coordenadas do pipi e "vrrrrrrrrrrrrrrrrrr".
Estão a dar demasiado poder às máquinas, foi assim que começou a saga de filmes do Exterminador. A Bimby começa a desenvolver sentimentos pelo drone, têm um filho e nasce uma máquina que lança batidos de fruta e ensopado de lulas para cima das pessoas. É preciso ter cuidado com isso. E se isto acaba nas mãos erradas, estamos tramados. O drone da Amazon é o sonho molhado da Al-Qaeda. Vai ser tipo "Crocs", para os radicais islâmicos: feios, mas super práticos.
Para quem está contente com esta ideia, lembrem-se que depois do drone da Amazon pode bater à vossa porta o drone da publicidade. E depois os drones testemunhas de Jeová, que nos seguem até ao café! Será que não era mais barato, e seguro, a Amazon dar esteróides a pombos? Fica a pergunta aqui. Não lhe mexam, se faz favor.
Sugestões do autor:
Um documentário — Stop Making Sense, de Jonathan Demme, sobre um concerto dos Talking Heads em 1984, agora para ser visto no cinema.
Um livro — Não pode deixar de ler "Made in America", de Bill Bryson, editado pela Bertrand. Bryson apresenta-nos uma história hilariante e informal dos Estados Unidos como só ele sabe fazer.
Um concerto — Xinobi ao vivo esta sexta-feira, 8 Setembro, no CCB. Vão ver que vale a pena.
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