As redes sociais ajudam, mas enganam. Seguimos as vidas uns dos outros pelo ecrã, deixamos coraçõezinhos digitais, muitas vezes apenas pelo impulso de gostarmos uns dos outros sem sequer termos visto bem a foto ou o post, largamos um comentário aqui e outro ali, umas conversas soltas no Whatsapp e a distância parece mais pequena como mais pequena parece a saudade.
Mas não é. É enorme e nós escondemo-la durante o ano todo para custar menos. Não parece que não vos vejo há meses porque vi a vossa foto em Londres, Munique, Maastricht ou Austin e vi que estavam bem e isso descansou-me. Não parece que não temos uma conversa decente, cara a cara, porque ainda ontem vos contei por um qualquer chat como correu o meu último espetáculo ou como ficou o meu último desamor. Sim, claro que ajuda imenso porque nos engana, mas na amizade não se aplica o “coração que não vê, não sente”. Sente, sente.
Mas depois o Natal aproxima-se e vocês começam a chegar. Desses sítios e de tantos outros. Foram para fora com as vossas paixões e ambições, mas o Natal traz-vos sempre de volta com as malas cheias de histórias e saudades. E quando vos tenho à frente, quando vos abraço, quando vos beijo, quando vos falo, quando vos oiço, quando não são um ecrã, aí sim, percebo as saudades que tinha vossas e como gosto de vocês. Não que goste menos quando não estão, certamente, mas deixamo-nos levar no dia-a-dia e vamo-nos entorpecendo sem dar conta e sem dar caso.
O Natal é a família, é os amigos de todos os dias, é arroz doce, é lareira, é bacalhau com todos. Mas mesmo com todos é só quando os amigos e familiares “emigras” voltam para nos abraçar.
E depois basta uma cerveja, o tal abraço e uns minutos (horas?) de conversa para estarmos prontos para aguentar a saudade que nos vai assolar novamente quando vocês voltarem a ir.
Que saudades que eu tinha vossas, Catarina, André, Bruno, Nuno, Leonor, Mário, Miguel e Miguel.
Sugestões mais ou menos culturais que, no caso de não valerem a pena, vos permitem vir insultar-me e cobrar-me uma jola:
- Festas de Natal: Dia 25, depois do jantar com a família, liguem aos amigos e vão ter com eles. Vão abraçá-los e beber uma cerveja. E o que não falta aí é festas e concertos bons nessa noite.
- Manhunt Unabomber: Mais uma grande série que podem ver na Netflix.
Comentários