Muito se tem falado ultimamente sobre óvnis e extraterrestres depois de, há uns meses, o Pentágono ter confirmado a veracidade de algumas fotografias e vídeos que tinham sido publicados anos antes. Depois, foi elaborado e divulgado um relatório confirmando a existência de óvnis. Dito assim, parece que confirmaram a existência de extraterrestres, mas não: confirmaram a existência de objectos voadores não identificados e de fenómenos aéreos sem explicação.
Serão esses fenómenos algo meteorológico sem explicação? Falha nos instrumentos de medição? Testemunhas oculares com os copos? Aeronaves secretas de outros países? Ou serão, mesmo, coisas vindas de outros planetas? Muitos rir-se-ão desta última possibilidade, mas acreditam que Nossa Senhora apareceu mesmo aos três pastorinhos. Outros serão cépticos em relação a tudo e outros acreditarão que só podem ser os reptilianos a voltar à terra para revelarem que têm sempre vivido cá e que o Jorge Jesus é um deles.
Seja como for, a probabilidade de estarmos sozinhos no universo parece ser diminuta e, segundo a equação de Drake, existirão muitos mundos habitados por seres inteligentes, embora isso gere o paradoxo de Fermi: se a vida lá fora é tão abundante, porque é que nunca fomos contactados com provas concretas? Eu acredito que existam por essa vastidão infinita do universo, mas duvido que nos andem a visitar. No entanto, gosto de pensar nos vários cenários possíveis que podem ocorrer ao sermos contactados por seres inteligentes, vindos de outro planeta. Se estiver para breve uma visita, o que podemos esperar? Temos várias hipóteses:
São colonizadores. Talvez estejamos a projectar a nossa própria natureza nos aliens, mas a verdade é que se eles forem como nós, estamos bem tramados. Com uma tecnologia imensamente superior à nossa, se nos quisessem colonizar, rapidamente seríamos escravos e estávamos todos de biquíni a puxar lustro aos seus discos voadores. Talvez fosse a única forma de nos unirmos enquanto espécie e raça humana e de vermos que somos uma só e que devíamos remar para o mesmo lado. Aposto que iríamos bater palmas à janela para apoiar os militares que combatiam as forças invasoras e ia ser muito bonito ali durante dois ou três dias até ao momento em que morríamos todos ou éramos todos sodomizados por polvos gigantes.
São turistas e estão só de passagem. Aqui temos duas hipóteses: são turistas simpáticos que vêm só comer e beber e depois voltar para o planeta deles dizer que se come muito bem na Terra e que o fado é incrível. Vêm muito em família, aquele casal de aliens gordinhos com dois filhos alienzinhos também eles gordinhos e que vem à Terra só para comer bacon e pastéis de nata já que no planeta deles não há porcos e, apesar de terem decifrado os segredos da física quântica, não conseguem fazer massa folhada nem descobrir a receita dos pastéis de Belém. Dão umas voltas nos centros comerciais e voltam para casa. Se assim for, está tudo bem, vêm cá impulsionar a economia e ninguém dá por eles. Por outro lado, podem ser como as manadas de ingleses que rumam ao Algarve e que deixam um rasto de destruição.
Estão perdidos. Imaginem que todos os avistamentos são realmente de naves extraterrestres, mas que se enganaram no caminho. O GPS disse-lhes para virarem à direita em Júpiter, mas eles seguiram em frente, e tiveram de vir à Terra para fazer inversão de marcha. Já alguma vez se perderam num bairro manhoso, trancaram as portas e fecharam as janelas? É isso que eles sentem e é por isso que nunca param a nave nem pedem indicações. Olham para nós, assustados, e pensam que só podem ter vindo parar a um planeta perigoso e vão embora o mais depressa possível.
Vêm para turismo sexual. Daí aqueles relatos de abduções com sondas no ânus. Alguém que lhes diga que agora tem de se pedir consentimento.
Eles são bondosos e vêm para nos ajudar. Há teorias que dizem que uma civilização que consiga não se autodestruir no processo de evolução tecnológico necessário para viagens intergalácticas, só pode ser uma civilização não violenta e que vem em paz. Talvez vejam o que estamos a fazer uns aos outros e ao planeta e venham com uma mensagem de paz e união. Se assim for, boa sorte, caros aliens. Preparem-se para haver muitos humanos a resistir às vossas ideias e sugestões para salvarmos o planeta.
Imaginemos: aliens chegam e dizem: "Malta, estão a dar cabo do planeta, a esgotar os recursos e a provocar aquecimento global que pode prejudicar todo o equilíbrio, mas nós temos a solução, temos aqui um dispositivo que vos podemos oferecer para resolverem tudo o que são questões energéticas, de forma limpa e renovável!". Ao que um grupo de humanos insurge e diz: "O aquecimento global é uma farsa e uma agenda da esquerda marxista! Os aliens estão a ser pagos pelo Costa para dizer isso e aposto que esse dispositivo não serve para nada a não ser para nos controlarem a mente através do chip e do 5G".
Os aliens ficam parvos com este discurso e garantem que só querem ajudar e que a única agenda que têm é que toda a vida dos universos viva em harmonia. São insultados por grunhos que gritam "Voltem para a vossa terra!" Os aliens, confusos, perguntam "A nossa Terra? Então mas Terra é este planeta. Nós não temos Terra! O nosso chama-se Biugo!". Humanos e aliens riem-se com esta pequena confusão. Os aliens vão embora e deixam-nos com a certeza de que que há vida inteligente no Universo. Já eles... continuarão à procura.
Para ver: Podcast do Lex Fridman
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