“Nas últimas horas confirmámos que vários fornecedores de serviço de Internet (ISP) e companhias telefónicas estão a bloquear as páginas online de diários e rádios independentes”, disse a organização de defesa dos direitos humanos Licadho.
O bloqueio começou na noite passada, quando terminou o período de campanha eleitoral, e está a afetar, entre outros, as edições em cambojano das rádios Voice of America e Radio Free Asia, e dos diários em inglês Cambodia Daily e Phnom Penh Post, acrescentou.
A agência de notícias espanhola EFE indicou ter tentado, sem êxito, aceder às páginas eletrónicas de meios de comunicação afetados.
O bloqueio acontece em plena jornada de reflexão que antecede as legislativas de domingo, nas quais o Partido do Povo Cambojano (PPC, no poder) deverá conquistar a maioria dos 125 lugares em jogo. O primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, ocupa o cargo há 33 anos.
A este escrutínio apresentam-se mais 19 partidos, mas não a principal formação da oposição, ilegalizada em novembro e que apelou para um boicote das eleições.
A campanha de intimidação das autoridades cambojanas sobre a oposição levou os Estados Unidos e a UE a questionarem a legitimidade do escrutínio e a retirarem observadores eleitorais.
Estas são as sextas eleições desde que as Nações Unidas organizaram a primeira votação democrática organizada pela ONU em 1993, depois do fim da guerra civil entre várias fações, entre as quais os Khmers vermelhos, uma organização maoista dirigida por Pol Pot, que governou o país entre 1975 e 1979.
Quando chegou ao poder em 1985, Hun Sen, um antigo Khmer vermelho que contribuiu para derrubar o regime de Pol Pot, pacificou grande parte do país e apostou nas negociações de paz, lideradas pela ONU, que resultaram nos acordos de paz de Paris, em 1991.
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