Manuel Tiago Dias, que discursava hoje na abertura da segunda edição do ciclo de conferências do BNA com o tema “A Cibersegurança no Sistema Financeiro Angolano”, referiu que o sistema financeiro e os bancos são alvos preferenciais dos criminosos, havendo necessidade de melhorias constantes dos sistemas de cibersegurança de todas as instituições do sistema financeiro nacional.
“No âmbito do seu Plano Estratégico para o período 2023-2028, o Banco Nacional de Angola está a reforçar, sobremaneira, os pilares de cibersegurança da instituição, implementando processos e tecnologias inovadores, com recurso à inteligência artificial, ao qual se junta um forte investimento no seu quadro de especialistas, por forma a reforçar a confiança dos participantes no setor financeiro por si regulado e supervisionado”, referiu.
Segundo o governador do banco central angolano, no capítulo da regulação estão a ser concebidos instrumentos normativos que visam adequar a regulamentação vigente à dinâmica que o ambiente cibernético nacional e internacional impõe, impulsionando a troca de informação entre as instituições financeiras e não só, auxiliando no tratamento de incidentes cibernéticos, cujas motivações e impactos podem tocar na escala nacional.
Na sua apresentação, o subdiretor do departamento de Supervisão Bancária do BNA, Fernando Panzo, disse que o banco central angolano já elaborou a estrutura de cibersegurança, que se encontra em fase de consultas com os parceiros das instituições bancárias, o Banco Mundial, para a sua publicação em dezembro deste ano.
Em declarações aos jornalistas, o diretor do departamento de Segurança Integrada do BNA disse que no encontro ficou identificada a necessidade de partilha de informações entre as instituições bancárias sobre os incidentes de cibersegurança, que em Angola têm maioritariamente origem externa, com casos também de tentativas de ataques internos.
António Neto realçou que foi igualmente debatido o impacto gerado pelos incidentes de ‘ransomware’, situações em que os cibercriminosos, além de bloquearem a infraestrutura bancária, exigem o pagamento de um resgate, em troca da entrega do código para voltar a ter acesso.
O responsável avançou ainda que o BNA tem informações, “embora não comprovadas”, de que, “efetivamente, pode estar a acontecer ‘por fora’ alguns pagamentos de resgate”.
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