Cláudia Goya vê na Web Summit uma oportunidade ímpar de projetar Portugal no mundo, não apenas a nível tecnológico, mas também económico e reputacional. Portanto, não equaciona “melhor palco” para anunciar duas novidades da operadora portuguesa: a rede 4G+ e o Free Net&More.
“O 4G+ é o passo seguinte ao 4G, é a modernização da rede móvel, que vai permitir atingir velocidades até 1GB por segundo”, explica a CEO, adiantando que o objetivo da operadora é disponibilizar a 50% da população portuguesa esta nova rede até ao final de 2017, e 70% na primeira metade de 2018.
Já o Free Net&Mor é uma plataforma que permite, mediante autorização do cliente, passar publicidade no ecrã do telemóvel, tirando partido de algo que os utilizadores de smartphones fazem largas dezenas de vezes ao longo do dia: desbloquear o ecrã do dispositivo. Em contrapartida pela exposição à publicidade, o cliente recebe dados móveis extra todos os meses.
O Free Net&More nasceu de uma parceria entre a Altice, a startup neozelandesa Postr e a equipa comercial do SAPO. “Hoje em dia não é necessário ser uma grande empresa para trazer uma grande inovação”, considera Cláudia Goya, colocando o foco na colaboração entre as grandes empresas e as startups, potenciando a criação e disponibilização de tecnologia que é disruptiva.
Telecom, Advertising, Media e Data. São estes os pilares em que assenta a estratégia da Altice para os próximos anos. E se as duas novidades apresentadas respondem à ambição da empresa nos primeiros dois vértices deste alinhamento, impõe-se questionar de que forma a Altice vê o processo de compra da Media Capital, que espera ainda autorização do regulador da concorrência e que tem sido criticado pela NOS e Vodafone.
“Neste momento o tema está entregue aos reguladores. Temos um enorme respeito e confiança naquilo que é o processo normal, e vamos participar nesse processo quando formos solicitados. Portanto, aguardamos com serenidade o seu desfecho”, respondeu.
No que à vertente Data (dados) diz respeito, e em alusão às palavras da comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, na abertura desta cimeira, sobre o desafio da “confiança” que se impõe hoje às grandes empresas, Cláudia Goya salientou que “há cada vez mais uma preocupação em zelar pela privacidade dos clientes. E eu não poderia estar mais de acordo sobre a necessidade de construir relações de confiança. As coisas têm regras e essas regras são para cumprir”.
Goya chegou à MEO em julho do presente ano. Questionada sobre a empresa que encontrou e a empresa que deseja liderar daqui a cinco anos, respondeu: “Encontrei uma empresa [Altice] que é obviamente uma referência no mercado, não só em Portugal mas também no mundo, e que tem um ADN muito forte de inovação e serviço ao cliente. O que eu gostaria de fazer, tirando partido destas características, era conseguir transformar a empresa de acordo com esta estratégia que pretende responder à transformação digital e que passa pela convergência das telecomunicações, com a aposta nos media e conteúdos, e num terceiro pilar dos dados e adverstising”.
A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo que nasceu em 2010 na Irlanda e se mudou em 2016 para Lisboa, teve lugar de 6 a 9 de novembro na Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL). Por aqui passaram 59.115 pessoas de 170 países, entre os quais mais de 1.200 oradores, duas mil 'startups', 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.
(Nota: o SAPO24 é a marca de informação do Portal SAPO, propriedade da MEO, detida pela Altice)
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