A maior parte da Tiangong-1 desintegrou-se durante a reentrada devido ao alto calor gerado pelo atrito com a atmosfera durante a queda, acrescentou o gabinete, citado pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.
De acordo com o CMSEO, a Tiangong-1 reentrou na atmosfera por volta das 08:15 (01:15 em Lisboa).
O local exato da queda dos destroços não foi confirmado.
"A maior parte do material foi destruído na fase de entrada na atmosfera", afirmou a CMSEO em comunicado.
Os cálculos sobre a zona e o tempo da reentrada variaram muito nas últimas horas por Tiangong-1 se encontrar fora de controlo, indicou.
A estação foi lançada a 29 de setembro de 2011 e completou a sua missão em março de 2016. Há dois anos que se deslocava de forma descontrolada.
As naves espaciais Shenzhou-8, Shenzhou-9 e Shenzhou-10 estavam atracadas à estação, que realizou uma série de tarefas, com significativos contributos para o programa espacial chinês, afirmou a Xinhua.
A Tiangong-1 foi utilizada para realizar experiências médicas. A estação também era considerada uma etapa preliminar na construção de uma Estação Espacial Chinesa.
A China tentou tranquilizar as pessoas sobre a reentrada na Terra da estação espacial de quase oito toneladas, assegurando que não provocaria danos. As autoridades chinesas prometeram um espetáculo "esplêndido", similar a uma chuva de meteoros.
A rede militar americana de radares e sensores confirmou que a Tiangong-1 entrou na atmosfera sobre o Pacífico, mas afirmou que isto aconteceu um minuto depois do que foi anunciado pelos chineses.
A queda numa das áreas mais remotas do mundo privou os observadores de estrelas de um espetáculo de bolas de fogo a cair do céu.
Jonathan McDowell, astrónomo do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, disse que o módulo se aproximou de Pyongyang e da cidade japonesa de Kyoto durante o dia, reduzindo assim as probabilidades de ser observado antes de chegar ao Pacífico.
"Teria sido divertido para as pessoas observá-lo. A boa notícia é que não provocou nenhum dano quando caiu", declarou McDowell.
Vida curta
O módulo espacial foi colocado em órbita em setembro de 2011 e estava programado para fazer uma entrada controlada na atmosfera, mas parou de funcionar em março de 2016, o que gerou preocupação com a "queda".
Mas a probabilidade de um humano ser atingido por um objeto espacial de mais de 200 gramas é de uma entre 700 milhões, de acordo com a CMSEO.
Em 60 anos de voos espaciais foram registadas quase 6.000 entradas não controladas na atmosfera de grandes objetos fabricados pelo homem, e apenas um destroço atingiu uma pessoa, sem provocar ferimentos, de acordo com Stijn Lemmens, analista da Agência Espacial Europeia (ESA).
O calor e a fricção cada vez mais intensos provocaram o incêndio ou explosão da estrutura principal da estação. A maioria dos fragmentos dissiparam-se no ar e uma pequena quantidade de destroços caiu lentamente.
Jonathan McDowell acredita que o Tiangong-1 foi a 50º maior objeto fora de controlo a cair na Terra desde 1957.
A China investe milhões de dólares na conquista do espaço. Pequim vê o seu programa espacial, coordenado pelo exército, como um símbolo da força do país e planeia enviar uma missão tripulada à Lua no futuro.
O país colocou outra estação, Tiangong-2, em órbita em setembro de 2016, e espera transformá-la numa estação espacial tripulada em 2022.
(Notícia atualizada às 10h33)
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