As justificações surgiram depois de a maioria das ‘startups’ vencedoras do concurso ter indicado a possibilidade de participar na próxima edição da WS preferencialmente através de concurso, contra o pagamento de bilhete.
Representando a Mitodiets, José Feliciano Duarte notou à Lusa que os concursos evitam custos e “garantem visibilidade e credibilidade extra”, mas custeando a entrada o valor de 300 euros é um “preço de bilhete mais em conta que o correntemente praticado”.
“Acho que a visibilidade proporcionada pela WebSummit é ótima, mas raramente se concretiza em mais do que isso mesmo”, notou, por seu lado, João Rodrigues, da Securibox, que além da edição deste ano, já tinha estado na edição de 2014, em Dublin. Nessa altura, a empresa ligada à recolha, armazenamento e organização de documentos pagou integralmente a deslocação (cerca de 2.000 euros) e um stand através do programa Alpha (aproximadamente 1500 euros).
“A nossa presença em 2014 não proporcionou nada e relativamente a este ano ainda é cedo para tirar conclusões, mas a maior parte da visibilidade que obtivemos veio do facto de termos sido escolhidos entre as ‘startups’ que iam representar Portugal e não da Web Summit em si”, comentou.
Uma nova aposta num concurso é opção também para Pedro Pinto, que referiu que para a sua aplicação Fibersail o evento não é o “ambiente propício” para o seu público-alvo, que se insere na área da energia.
“Foi muito mais importante para nós a mediatização que tivermos por parte de jornais, e TV por fazer parte das 67 selecionadas do que estar presente com ‘stand’”, acrescenta.
A HydrUStent e a Heartgenetics repetem que esta conferência não concerta o público alvo das suas atividades na área da Saúde, mas que acaba por ser uma montra. A BiotechZone (interseção entre Biotecnologia/Ciências da Vida/Tecnologia de Laboratório e eCommerce) também ecoou acerca de eventos mais especializados para a sua área, enquanto, na mesma linha, Joao Pereira (Magnomics – Ciências da Vida) caracteriza a WS como “’engraçada’ mas não crucial”.
No curto inquérito realizado pela Lusa, que possibilitava respostas múltiplas, a opção de participação na WS em 2017 com compra de bilhete foi escolhida por 15 vezes, enquanto a presença com recurso nomeadamente a concursos somou 39 respostas. No total responderam 47 das 67 empresas.
Outra das ‘startups’, a Speak Social indicou que o recurso a um concurso é a “opção mais barata e ainda tem o bónus de PR (Press Release/comunicação)”.
Já pelo lado da Kinematix, Paulo Ferreira dos Santos referiu que a conferência entrou na lista de prioridades por ter decorrido em Portugal, “ter o forte apoio e envolvimento do investidor, Portugal Ventures” e pelo “forte incentivo” da Road2WebSummit.
“Se estas circunstâncias particulares se mantiverem iremos lá de certeza para o ano, mas se tivermos de pagar, teremos que ver se essa presença encaixa ou não nas prioridades do momento”, acrescentou.
Dirigentes da Cuckko e da Glexyz mencionam o espírito inerente às 'startups' e que passam por arranjar descontos e convites através de contactos.
Patrícia Peixinho, da Zarph, resumiu que a “Websummit é sem dúvida um grande investimento”, pelo que a tentativa de participar em 2017 será novamente através de algum concurso, uma posição secundada por Gil Belford, CEO da Hole19, que refere os orçamentos limitados “e/ou outras áreas para investir” o dinheiro.
Nuno Gomes, da MICE, equaciona a presença, sem espaço físico, “pelo que um custo aceitável seria até 300 euros”.
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