O TikTok criou um Centro Eleitoral disponível na plataforma, nas línguas locais, para garantir que os utilizadores possam facilmente separar os factos da ficção. Esta ferramenta conta com a colaboração das comissões eleitorais de cada país e de organizações da sociedade civil e é um local onde a comunidade pode encontrar informações fiáveis e de confiança.

Quais as novas políticas implementadas no TikTok?

No terceiro trimestre de 2023, 97% de todo o conteúdo que o TikTok removeu por desinformação eleitoral e cívica foi retirado antes de ser denunciado, sendo que a plataforma conta com moderadores especializados em desinformação que recebem ferramentas e treino para detetar e remover conteúdo.

Além disso, o TikTok trabalha com nove organizações de verificação de factos na Europa, que avaliam a exatidão dos conteúdos em 18 línguas europeias diferentes, e rotulam todas as declarações que não podem ser verificadas. Em Portugal, o TikTok trabalha com o Polígrafo, que está encarregue de verificar e clarificar a veracidade do que é publicado na plataforma.

Adicionalmente, o TikTok tem investido em campanhas de literacia mediática como estratégia de combate à desinformação. Em 2023, colaborou com verificadores de factos para lançar campanhas de literacia mediática em 18 países europeus, o que criou mais de 220 milhões de visualizações e atingiu cerca de 50 milhões de pessoas na plataforma.

O TikTok tem ainda vários peritos que tentam diariamente antecipar comportamentos fraudulentos e comunica as remoções de redes de influência encobertas nos seus relatórios trimestrais de aplicação das Diretrizes da Comunidade. No Centro de Transparência da rede social, é possível ver como o TikTok avalia este comportamento.

A plataforma esforça-se ainda para combater conteúdos falsos gerados por IA (Inteligência Artificial), como os deep fakes, que trouxeram novos desafios ao mundo da desinformação. Os conteúdos gerados por IA são permitidos na plataforma, mas devem ser identificados como tal. Este mês, a plataforma passou a obrigar os criadores a identificar qualquer conteúdo feito com IA e lançou recentemente uma ferramenta pioneira para ajudar as pessoas a fazê-lo através, de uma parceria com a Coalition for Content Provenance and Authenticity (C2PA).

Antes das eleições, a plataforma irá criar ainda um espaço dedicado ao "controlo da missão" nas suas instalações em Dublin. Este espaço vai reunir toda a equipa especializada em eleições do departamento de confiança e segurança, a fim de maximizar a eficácia deste trabalho no período que antecede e durante as eleições.

Os Centros Eleitorais em cada língua baseiam-se no trabalho iniciado em 2021 e no trabalho alargado realizado no ano passado e este ano, quando o TikTok lançou centros eleitorais para as eleições nacionais na Grécia, Países Baixos, Polónia, Eslováquia, Espanha e Portugal. Na plataforma, os vídeos relacionados com as Eleições Europeias serão identificados de modo a encaminhar as pessoas para o centro eleitoral relevante.

O TikTok também tem como utilizadores representantes políticos, entre eles líderes europeus, ministros e partidos políticos, nomeadamente cerca de 30% dos deputados do Parlamento Europeu. Com a possibilidade de verificar as contas de políticos e instituições é possível proporcionar ao eleitorado outra via de acesso aos seus representantes e vozes de confiança.

Em comunicado, a rede social reconhece que existe uma apetência especial para a criação de conteúdos e contas com inclinação política, que são permitidas caso cumpram as Diretrizes da Comunidade, nomeadamente: não podem ter publicidade política paga, e as contas pertencentes a políticos ou partidos políticos não podem fazer publicidade ou ganhar dinheiro no TikTok.

Além destas, as contas que pertencem a políticos, partidos políticos, governos e organizações noticiosas também desempenham um papel único no discurso cívico. Para além do TikTok remover o seu conteúdo violador, como faz com qualquer outra conta, também aplica políticas específicas para proteger o interesse público. Por exemplo, se uma conta desse tipo publicar conteúdo que promova desinformação suscetível de prejudicar um processo cívico ou contribuir para danos reais durante um período eleitoral, a plataforma pode impedi-la de publicar conteúdo durante um período máximo de 30 dias, para além de remover o conteúdo por violar as regras.

Recorde-se que o TikTok é co-presidente do grupo de trabalho sobre eleições do Código de Práticas sobre Desinformação e continuará a estabelecer parcerias com especialistas em toda a região, nomeadamente com o Conselho Consultivo de Segurança Europeu, refere a plataforma.

A desinformação e a Inteligência Artificial nestas Eleições Europeias

Como forma de combater a disseminação de desinformação no contexto das Eleições Europeias, com especial relevância no que diz respeito à Inteligência Artificial, o Observatório Europeu dos Media Digitais (EDMO) disponibilizou um guia para os utilizadores de redes sociais detetarem estes conteúdos. Este guia pode ser consultado aqui.

Além disso, o EDMO previu ainda que os conteúdos de desinformação gerados pela IA, apesar de ainda representarem uma pequena minoria do total de desinformação detetada na União Europeia, de acordo com os relatórios mensais do observatório, vão ter um papel relevante nestas eleições. Alguns destes casos circularam recentemente na internet e foram desmascarados por organizações de verificação de factos.

Considerando quatro categorias de conteúdo – imagens, áudio, vídeo e texto – e olhando para precedentes recentes (muitos deles listados no mais recente relatório do grupo de trabalho do EDMO sobre as Eleições da UE), pode saber aqui o que pode ser esperado durante estas eleições em desinformação produzida com Inteligência Artificial.

O EDMO sublinha que os conteúdos produzidos com recurso a IA utilizados para transmitir desinformação representam um risco significativo antes das eleições da UE em 2024 e podem ser utilizados para desacreditar políticos ou outras figuras públicas, para espalhar falsas alegações e teorias da conspiração e atacar a integridade do processo democrático.

As imagens geradas por IA parecem representar um risco médio, considerando a sua qualidade atual. Já os vídeos gerados com IA são potencialmente prejudiciais, especialmente aqueles em que o vídeo é real e o áudio é alterado com IA, mas a sua desmistificação é relativamente fácil por enquanto.

Os textos gerados por IA representam atualmente um risco relativamente baixo, mas é importante reagir rápida e eficazmente para impedir qualquer campanha de desinformação destinada a explorar o volume potencialmente grande de desinformação que pode ser criado desta forma.

Os áudios gerados por IA parecem representar o maior risco: são mais difíceis de desmascarar e podem enganar os utilizadores com mais facilidade, garante o observatório.

O observatório internacional garante que a mais importante linha de defesa é a sensibilização dos cidadãos quando confrontados com conteúdos que transmitem uma forte mensagem emocional, que pode impactar a sua determinação para votar ou as suas preferências políticas e que não é confirmada pelos meios de comunicação tradicionais. Os eleitores devem analisar detalhes potencialmente reveladores e aguardar novas confirmações antes de partilhar. Estas são práticas recomendadas que podem diminuir significativamente a propagação da desinformação.