A nota, considerada "sexista" pela imprensa americana, reavivou o atual debate sobre a existência de uma "cultura sexista e de assédio" no conglomerado de tecnologia, amplamente dominado por homens.
Na carta de 3.000 palavras, o funcionário, um engenheiro, afirma que "as opções e as capacidades de homens e mulheres divergem, em grande parte devido a causas biológicas, e estas diferenças podem explicar o porquê de não existir uma representação igual de mulheres (em posições) de liderança".
As aptidões naturais levam os homens a ser programadores de informática, enquanto as mulheres são, de acordo com o profissional cuja identidade não foi revelada, mais propensas "aos sentimentos e à estética que às ideias", o que as leva a escolher carreiras nas áreas "social e artística".
Apesar de ter sido amplamente criticado, o autor garante ter recebido "muitas mensagens de colegas na Google que expressavam a sua gratidão", escreve a BBC.
"Não é um ponto de vista que a empresa e eu mesmo respaldemos, promovamos ou incentivamos", respondeu num e-mail aos funcionários Danielle Brown, diretora da área de diversidade, que trabalhava na Intel e foi contratada pela Google há apenas um mês.
De acordo com sua missiva, o debate interno na empresa está a ser conduzido pelos "princípios de igualdade no emprego, que podem ser observados no nosso código de conduta, nas nossas políticas e nas nossas normas antidiscriminatórias".
Brown destaca que a Google sempre defendeu "uma cultura na qual aqueles que têm pontos de vista diferentes, inclusive políticos, se sintam seguros para poder expressá-los".
Contactada pela AFP, a empresa escusou-se a comentar a polémica, não sendo possível saber se o grupo pensa em adotar alguma medida contra o engenheiro.
A publicação da nota no engenheiro pelo site Motherboard aconteceu após vários escândalos e demissões vinculadas à ausência de diversidade em empresas emblemáticas de Silicon Valley, como a Uber.
Um relatório de junho sobre a diversidade na Google revelou que cerca de 69% da forma de trabalho é masculina. As mulheres ocupam apenas 25% dos cargos de chefia e 20% das funções técnicas como programação.
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