Um dos autores do projeto, Anders Lyhne Christensen, do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, disse à agência Lusa que as máquinas "comunicam a vários níveis e os módulos podem ser maiores ou menores".
Os autores do estudo, publicado na revista Nature, conseguiram construir robôs com rodas, mas que podem usar outros meios de locomoção, que se ligam uns aos outros e criam "um único robô, com um corpo que responde ao que reconhece no mundo" e que é capaz de "sentir o mundo e tomar decisões".
Os pequenos módulos juntam-se uns aos outros e podem assumir várias formas, decididas por um dos módulos, programado para ser "o cérebro" do conjunto.
No texto do estudo, os autores afirmam que se aproximam de "robôs que podem autonomamente mudar o seu tamanho, forma e função", propriedades que "vão além de qualquer máquina ou organismo biológico existente".
Anders Lyhne Christensen afirmou que nas experiências realizadas em Bruxelas se pôs o robô composto pelas várias unidades a mudar de forma para melhor se adaptar aos obstáculos, ou a tarefas como transportar um volume.
Mais do que a eficiência do protótipo, o professor do Departamento de Ciências e Tecnologias da Informação destaca que o princípio de um sistema "livre para decidir a sua forma" é a maior inovação, e vai além do trabalho com "enxames" de robôs, capazes de trabalhar em conjunto mas sempre como unidades independentes.
Quando separados, todos os módulos têm capacidade de ser "cérebro" e quando o "corpo" deteta que algum dos módulos está estragado, porque não emite sinais a comunicar com os outros, pode ejetá-lo do conjunto e substituí-lo por outro módulo saudável.
Sobre aplicações futuras deste tipo de sistemas, Anders Lyhne Christensen projetou que poderiam ser usados na saúde, por exemplo, com minúsculos robôs postos a circular na corrente sanguínea, capazes de se unir para realizar procedimentos cirúrgicos e progredir pelo corpo humano em várias formas diferentes, de acordo com a tarefa e o ambiente que os rodeie.
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