O “Veracity”, desenvolvido por Bernardo Marques, durante o Mestrado Integrado em Engenharia de Computadores e Telemática (MIECT) da UA, permite, através da realidade virtual, colocar quem sofre de fobia a aranhas em contacto visual com esses insetos, enquanto monitoriza as reações fisiológicas e comportamentais dos utilizadores.

Com capacidade para ser utilizado em vários outros tipos de fobias, os registos podem ajudar os psicólogos a ajustarem o processo terapêutico.

O jogo foi projetado com a colaboração de uma equipa multidisciplinar da UA, que envolveu investigadores do Departamento de Engenharia Eletrónica, Telecomunicações e Informática, do Departamento de Educação e Psicologia, do Instituto de Engenharia Eletrónica e Informática de Aveiro e do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde.

O Veracity permite monitorizar a resposta fisiológica das pessoas (como é o caso dos batimentos cardíacos) e comportamental (como os movimentos da cabeça e das mãos) quando expostas a estímulos gerados através do uso de Realidade Virtual.

Partindo da terapia de exposição, que consiste em ir expondo o indivíduo fóbico ao elemento que lhe causa transtorno até que este aprenda a lidar com o seu medo, o Veracity tira partido da realidade virtual para efetivar a exposição de forma menos agressiva do que seria o confronto com o animal vivo.

O jogo está subdividido em vários níveis, onde o indivíduo fóbico é exposto gradualmente, e à velocidade decidida pelo terapeuta, aos estímulos alvo, permitindo encontrar objetos fóbicos e não fóbicos, sobre a forma de objetos 3D, em que a interação é feita através de gestos.

Uma vez na posse dos dados que registam as reações dos participantes, terapeutas e psicólogos podem acompanhar, avaliar e ajustar o tratamento ao longo do processo terapêutico.

Testado já em pessoas com medo a aranhas, o Veracity pode ser adaptado também à fobia a baratas ou mesmo a cobras e a outros elementos de pequeno porte.