“Foi uma intervenção muito importante porque, pela primeira vez desde o século XIX, houve oportunidade de fazer um trabalho de restauro e, ao mesmo tempo, um estudo” do templo, recorrendo a técnicas “modernas” do Laboratório HERCULES da Universidade de Évora e da empresa (Nova Conservação) à qual foi adjudicada a obra, disse.
O ministro, que falava em Évora, lembrou que os trabalhos foram efetuados depois de ter sido detetada “a queda de pedras” do Templo Romano, tendo a intervenção permitido “conhecer melhor o monumento”.
“Tivemos oportunidade de restaurar e de limpar os capitéis, dando uma imagem nova a este grandioso templo”, indicou, elogiando a “celeridade” com que a Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen) e a Direção-Geral do Património Cultural “intervieram e assinalaram o problema de maneira a poder ser resolvido”.
O ministro falava aos jornalistas à margem da jornada, intitulada “O Templo Romano de Évora”, que decorre hoje no Auditório do Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida, a poucos metros de distância do monumento romano intervencionado.
A iniciativa serve para a apresentação dos trabalhos de conservação e de investigação realizados no templo, no ano passado.
Graças a estas obras, realçou Luís Filipe de Castro Mendes, foi possível também estudar “os riscos sísmicos que podem haver” no monumento e “a melhor maneira de defender” a estrutura.
“E ficámos a conhecer melhor a extraordinária capacidade e evolução da técnica arquitetónica que os romanos usaram” nesta construção, acrescentou.
Questionado pelos jornalistas sobre os riscos que correm outros vestígios romanos no Alentejo, nomeadamente alguns, em herdades privadas, que têm sido destruídos ou afetados por trabalhos de plantação de olivais intensivos, o ministro reconheceu que, “por vezes”, não tem existido o devido “respeito”.
“Logo que essas situações são detetadas são imediatamente tomados todos os procedimentos legais “para “impedir a ocorrência desse desrespeito” pelos vestígios arqueológicos, assinalou.
Trata-se de “um trabalho de fundo”, admitiu o governante, prometendo que, da parte do ministério que tutela e da DRCAlen, “há a maior atenção” para “prevenir e apresentar às autoridades competentes em matéria de segurança as questões” ligadas a “essas devassas do património arqueológico”.
Na jornada de hoje, é também apresentada a obra monográfica, de Theodor Hauschild e Felix Teichner, editada no ano passado pelo Instituto Arqueológico Alemão, com os resultados dos trabalhos arqueológicos realizados na zona do Templo Romano, nos anos 90.
O Templo Romano de Évora, do século I depois de Cristo (d.C.), único no país e um dos mais notáveis da Península Ibérica, é monumento nacional e está abrangido pela classificação do centro histórico da cidade como Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
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