Se usa óculos, sabe que o processo de comprar nem sempre é fácil: catálogos com dezenas de páginas, tratamentos de lentes extra e um preço de montra que raramente é o final. Acabamos invariavelmente na dúvida sobre o preço que vamos pagar.
Com o objetivo de tornar a experiência mais fácil e transparente, o médico Gonçalo Jorge e o engenheiro informático Pedro Teixeira criaram a Shaub & Fischer, uma oculista portuguesa que quer revolucionar a venda de óculos em Portugal.
“Vimos que havia uma oportunidade de fazer algo muito diferente do que é feito neste momento na indústria ótica nacional”, afirma Pedro Teixeira.
A abordagem é simples: o preço base de todos os óculos é de 89€, com lentes graduadas incluídas e tratamentos que são considerados extras nas óticas convencionais, como lentes de espessura fina ou tratamento anti-reflexo.
Como é, então, possível terem um preço tão competitivo versus os preços que costumam ser praticados neste mercado? Para os fundadores da marca a pergunta deve ser outra: por que é que os óculos são tão caros nas óticas?
“Estamos a falar de óculos cuja matéria prima é bastante barata: a maioria das lentes são feitas de plástico, as armações também são materiais muito simples (metais como inox, acetato, etc)”, refere Gonçalo Jorge.
Além disso, ao contrário das óticas convencionais, que são multimarcas, a Shaub & Fischer faz a montagem de todos os óculos em instalações próprias e fazem o design das armações de raiz, inspirados em modelos clássicos, com uma abordagem minimalista.
“Um dos problemas é que há muitos intermediários. Se cortássemos esses intermediários e fóssemos totalmente independentes de outras marcas, criando nós próprios a nossa marca, conseguiríamos dar um preço muitíssimo mais competitivo e mais justo para quem está a comprar”, diz o cofundador da marca.
A marca, que nasceu no online, tem agora uma loja física, em Lisboa, onde é possível fazer um exame gratuito à visão com um profissional especializado em optometria e também experimentar a coleção completa de óculos graduados e de sol da marca.
Toda a loja foi concebida para que, desde o momento em que entra, tenha uma experiência calma e agradável. “Quando entramos numa ótica convencional há aquele sentimento de que estamos a entrar numa farmácia, num universo médico. Nós quisemos fazer as coisas de maneira diferente — quisemos abordar o mundo dos óculos de uma maneira mais descontraída, com muita atenção à estética e ao design, de maneira mais próxima dos clientes”, afirma Gonçalo Jorge.
“Aquilo que tentámos fazer foi que a experiência fosse mais semelhante com uma loja de roupa. Os nossos óculos não estão trancados à chave: a pessoa entra e experimenta completamente à vontade”, explica.
Testar óculos em casa sem compromisso de compra
Se não puder ir visitar a loja no número 184 da Estrada das Laranjeiras, pode visitar o site da marca. Lá consegue não só ver todo o catálogo de óculos, como também inscrever-se no serviço “Experimentar em Casa”: pode testar os óculos em casa de forma totalmente gratuita durante uma semana, sem compromisso de compra. “É como se fosse uma espécie de test drive”, diz Gonçalo Jorge.
Durante o período de confinamento, este serviço teve um grande sucesso e foram enviadas mais de 4000 armações para todos os distritos do Continente e ilhas, num total de 438 localidades.
“Continuam a chegar pedidos de todo o lado”, diz Gonçalo Jorge. “Uma coisa de que não estávamos à espera foi ver os óculos irem para sítios muito remotos no país, que não conhecíamos e que, por vezes, estavam a 20-30 km da ótica mais próxima. Estas pessoas de facto não teriam outra maneira se não fazer 30 km só para experimentar os óculos”, esclarece Pedro Teixeira.
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