"O nosso objetivo em vir a Portugal e em ter estas conversas" visa "expressar, entender a visão do Governo português, a importância da rede e também para partilharmos as nossas perspetivas", afirmou Ajit Pai, num encontro com jornalistas na embaixada dos Estados Unidos, em Lisboa.
De acordo com a embaixada, durante a visita a Portugal, Ajit Pai está a participar numa delegação governamental que tem reuniões marcadas com vários líderes governamentais e empresariais portugueses, onde se inclui a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) e os ministérios da Infraestrutura e dos Negócios Estrangeiros.
"É uma honra estar em Portugal", um país que "é um dos mais antigos aliados da América", começou por dizer Ajit Pai, apontando que para a FCC - Federal Communications Commission "o 5G [quinta geração móvel] é uma grande prioridade, tal como o é para a Administração" norte-americana.
"Acreditamos que o 5G representa uma oportunidade tremenda em termos de crescimento económico, criação de emprego, empreendedorismo", entre outros aspetos, prosseguiu.
"Com esta transformação, vem a preocupação com a segurança, as redes de 5G vão ser muito diferentes do passado", pelo que a segurança na rede é uma prioridade, continuou.
"Por essa razão, no ano passado, a FCC proibiu o uso de fundos federais" em equipamentos e serviços provenientes de empresas que tenham sido consideradas pelo Governo norte-americano uma ameaça à segurança, recordou.
Os Estados Unidos baniram as redes de 5G da chinesa Huawei por motivos de segurança nacional.
Questionado sobre a relação de Portugal com a Huawei, tendo em conta que em dezembro passado, durante a visita a Lisboa do Presidente chinês, Xi Jinping, foi assinado entre a Altice e a empresa chinesa um acordo para o desenvolvimento da tecnologia 5G no mercado português, Ajit Pai salientou que das conversas mantidas com os governantes portugueses é de estes que dão "elevado valor" à segurança nas redes e de que estão "altamente interessados em aprender" a perspetiva dos Estados Unidos em matéria de segurança no 5G, em particular.
Por sua vez, o embaixador dos Estados Unidos em Portugal, George Edward Glass, apontou que "o mercado de 5G em Portugal está ainda aberto".
"Temos sido bastante claros com os nossos parceiros de segurança, temos de proteger a nossa infraestrutura crítica de telecomunicações", afirmou o diplomata, apontando que os Estados Unidos estão a alertar todos os seus parceiros para estarem "vigilantes e rejeitarem qualquer empresa que possa comprometer" as tecnologias de comunicação ou sistemas de segurança nacional.
Ajit Pait, que se escusou a dizer se o tema Huawei foi abordado nas reuniões mantidas com responsáveis governamentais, reafirmou a "importância da aliança" com Portugal e enfatizou que a "segurança do 5G, em particular, é um valor crítico".
Questionado sobre se a guerra com a Huawei é mais económica do que política, coube ao embaixador dar a resposta.
"Isto é tudo sobre segurança", sublinhou George Edward Glass, afastando qualquer fundamento de base económica.
No entanto, admitiu a possibilidade da relação próxima entre Portugal e a chinesa fabricante de telemóveis e de redes Huawei poder vir a ter um eventual impacto na aliança com os Estados Unidos.
"Portugal é um dos nossos aliados mais próximos. Se estivermos a falar relativamente a informação sensível em redes que não estamos confiantes de que sejam seguras, acho que isso iria afetar a relação", considerou o embaixador.
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