A “ideia mãe” é portuguesa e tem como principal objetivo criar uma rede social que ligue pacientes e possibilite a partilha de soluções, tratamentos, dispositivos e outro conhecimento relevante, afirma-se na página na internet da “Patient Innovation”. Através dela o Nuno, o Diogo, o Louis ou a Lisa têm uma vida melhor.
“Já ajudamos um menino de sete anos (o Nuno) a ter uma prótese, uma mão e um braço, impressos em 3D por apenas 18 euros”, (que por ser uma criança a crescer é temporária e por isso a vantagem de ser barata), explicou à Lusa a médica e professora Helena Canhão, a responsável médica da equipa da Patient Innovation.
A rede foi criada em 2013 e a ideia é tão simples como útil, como explica à Lusa: promover a difusão de conhecimentos sobre soluções que doentes e cuidadores encontram para resolver problemas do dia-a-dia para fazer face a doenças, normalmente doenças crónicas.
Explica Helena Canhão que os médicos têm a preocupação de curar a doença mas há uma série de outros problemas sobre os quais nem têm tempo para pensar. E a reumatologista e professora da Faculdade de Medicina de Lisboa dá um exemplo: tentamos curar ou influenciar os mecanismos da doença mas não discutimos a melhor maneira de uma pessoa com uma lesão abrir uma maçaneta de uma porta.
“Estes obstáculos influenciam a qualidade de vida. Quando um doente, ou um cuidador, se depara com esses problemas tende a resolve-los, com soluções por vezes simples por vezes complicadas, até porque são eles que têm que viver com a doença”, diz Helena Canhão.
O que acontece é que quem desenvolve uma solução para melhorar a vida de um doente crónico não a divulga, acrescenta a especialista para justificar a criação da Patient Inoovation. Num pequeno inquérito a 40 pessoas com doenças raras três delas tinham desenvolvido soluções, que não eram divulgadas se não houvesse um veículo, diz.
E diz mais, diz que por vezes surgem ideias tão boas “que as empresas as agarram”. E na página da Patient Innovation vem um exemplo, o penso-rápido, que um homem inventou para a mulher, que se costuma queimar e cortar na cozinha.
“´É deste ´empowerment´ dos doentes que vamos falar e chamar a atenção. Porque as pessoas que sofrem também inovam”, diz a médica.
E lembra que vão ser premiadas boas ideias, como no passado outras já o foram. De Israel, da Rússia, dos Estados Unidos.
E se algumas são sofisticadas e estão hoje à venda por 85 mil euros outras há que nada custam, como mudar o tipo de prato da refeição de um doente de Alzheimer ou encher a casa de balões para um menino com Síndrome de Angelman.
Se não curam tornam melhor a vida das pessoas, como vai explicar hoje Helena Canhão na Web Summit.
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