É uma aplicação para adultos em que o objetivo está claramente definido: juntar pessoas que querem encontrar parceiros sexuais. Mas dentro dos limites de cada um.
"Nós queremos dizer às pessoas: se estão à procura de sexo, parem de enganar os outros e parem de dizer às pessoas que não estão à procura de sexo. Estás à procura de sexo? Tudo bem. Vamos encontrar então o teu parceiro sexual ideal", revela Andrea Baldini, CEO da Herotech, a companhia que está a desenvolver a aplicação Tempter.
Baldini considera que a nossa sociedade se comporta, em geral, da mesma forma. Sabemos que queremos alguma coisa, mas andamos às voltas porque temos vergonha do julgamento dos outros. No Tempter, contudo, tal não acontece: primeiro porque "é totalmente anónimo" e depois porque as pessoas, em último caso, querem sempre "conseguir o que desejam".
"É algo natural. Todos nós temos fantasias e desejos que queremos satisfazer. Portanto, sejas gay, heterossexual ou transsexual, não importa. Queremos que todos participem. Porquê criar aplicações para pessoas que querem e desejam o mesmo? Porque não podem estar juntos?", justificou.
Apesar de poderem ser considerados projetos concorrentes, Baldini partilha da visão de Sean Rad, criador do Tinder, num ponto: não vê propósito em criar perfis falsos.
"Porque é as pessoas têm a necessidade de mentir? Até podes encontrar alguém que goste de ti da maneira que és. Nós queremos que cada um seja apenas ele próprio", disse.
O Tempter vai procurar combater este tipo de situações através do sigilo e anonimato. É por isso que, no início, a aplicação permite que não sejam reveladas fotografias ou dados pessoais.
Funcionamento baseado em 'níveis de compatibilidade'
Com funciona então o Tempter? Em primeiro lugar, a aplicação começa por inquirir os seus utilizadores. Mas atenção: não são questões leves e simples, comuns em outros sites e aplicações do mesmo género. São perguntas difíceis e, para os mais sensíveis, bastante reveladoras. As perguntas incidem, sobretudo, nos desejos e limites sexuais de cada um. "O objetivo", continua, é ligar "pessoas que figuram no mesmo nicho". Tudo isto para encontrar "níveis de compatibilidade" entre utilizadores - conceito que, de resto, já existe noutras aplicações do género com o OkCupid. Porém, Baldini diz que não há nada no mercado que seja "baseado e construído a pensar estritamente no sexo".
Em suma, as mentes por detrás do Tempter consideram que um match na sequência de dois swaps baseados em fotografias (para utilizar o modelo do Tinder como exemplo) não garante que as duas pessoas tenha os mesmos gostos e desejos a nível sexual. Baldini acredita também que, respondendo ao questionário com honestidade, se abre uma ponte para encontrar alguém com os mesmos interesses a esse nível.
Quanto à comunicação que é feita entre pessoas com o mesmo 'nível de compatibilidade' na aplicação, a mesma poderá ser feita através de chat ou chamada telefónica. "Quanto se está a falar no contexto do sexo, a voz pode realmente ser um fator de relevo", afirma Baldini. E continua: "Estás a falar através da aplicação de forma completamente anónima. E essa é a parte sensual e sexual disso. Porque a sensualidade é toda ela acerca daquilo que desejamos", concluiu.
A versão beta da aplicação vai estar disponível a 1 de dezembro na App Store e no Google Play.
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