António Costa falava no Arquivo Nacional de Imagens em Movimento (ANIM) da Cinemateca Portuguesa, em Bucelas, município de Loures, numa visita em que também esteve presente o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.
Uma visita em que o primeiro-ministro acompanhou o processo de digitalização de toda a produção portuguesa, cerca de mil filmes — projeto de investimento superior a oito milhões de euros que está incluído no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) especificamente da cultura e que, no total, tem 243 milhões de euros.
“Com as verbas do PRR vamos intervir num total de 46 edifícios, entre museus, palácios ou monumentos nacionais, de forma a assegurar a sua requalificação, reabilitação e valorização. No conjunto dos teatros nacionais, haverá um dos maiores investimentos de sempre na requalificação e manutenção do nosso património cultural”, sustentou.
Segundo o primeiro-ministro, nestes investimentos estarão compreendidas medidas de eficiência energética e de digitalização, designadamente “dotar 155 salas do país com equipamento para projeção digital”.
“Um projeto que casa com este que está em curso relativo à digitalização do cinema português. Com esse investimento permite-se a projeção digital, mas também a transmissão em streaming de espetáculos que estejam a ser realizados ao vivo nas artes performativas, como o bailado, música ou teatro. Esperamos que seja uma plataforma de difusão para reforçar a acessibilidade dos públicos às salas de espetáculo”, salientou António Costa.
Num breve balanço sobre o programa “PRR em Movimento”, iniciativa já com duas semanas, o líder do executivo referiu que começou por realizar visitas a centros de saúde, residências estudantil, lares de residências para idosos, seguindo-se projetos em desenvolvimento por empresas, desde o têxtil ao farmacêutico.
“Esta semana vou dar particular atenção a projetos que estão a ser desenvolvidos pela administração pública. Na altura em que se elaborou o PRR, houve críticas por se destinarem verbas à administração pública, partindo do erro que se eram para pagar salários ou o seu funcionamento corrente”, disse.
Dando como exemplo as verbas afetas à Cinemateca Nacional, o primeiro-ministro contrapôs que essa componente visa “um projeto muito ambicioso de digitalização de cerca de mil filmes”.
“Significa que todas as longas metragens portuguesas, desde sempre, serão digitalizadas e, portanto, ficarão não só conservadas, mas também acessíveis ao público”, observou.
António Costa lembrou depois que a componente específica de cultura do PRR não estava prevista no plano inicial de PRR, tendo sido incluída após o debate público e com o objetivo de reforçar a capacidade orçamental do setor.
“Foi assim que esta componente, com um total de 243 milhões de euros, foi introduzida na versão final do PRR. Grande parte deste investimento de 243 milhões de euros destina-se precisamente a investir na requalificação e valorização do nosso património cultural”, acrescentou.
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