"Americanah" relata-nos a história de amor entre um casal de adolescentes nigerianos que se veem forçados a deixar o seu país nos tempos conturbados da ditadura. Iniciam assim uma nova vida, separados. Efemelu, que se muda para a América para poder continuar os seus estudos e Obinze que, anos mais tarde, não conseguindo visto para América, se muda para Londres. Dois adolescentes, de alguma foram privilegiados no seu país, que se vêm obrigados a começar do zero quando emigram.
É com este pano de fundo que o Clube de Leitura "É Desta que Leio Isto" se debruça sobre o livro onde Chimamanda Ngozi Adichie explora os conceitos de identidade, raça e nacionalidade. A narrativa é construída em torno de uma abordagem que mistura estas ideias com a viagem intrapessoal, íntima e ímpar dos protagonistas da história.
Segundo os editores da New York Times Book Review, "Americanah" é um dos 10 melhores livros do ano de 2013. No mesmo ano, a autora viria a receber o Heartland Award for Fiction, pelo jornal Chicago Tribune, que considerou o romance uma importante reflexão "sobre a raça" com "estilo, perspicácia e discernimento". Quatro anos depois, a obra arrecadaria ainda o prémio One Book, One New York, um programa que procura encorajar todos os nova-iorquinos a ler o mesmo livro.
A segunda sessão do "É Desta que Leio Isto - Livros para entender a América" é moderada pela publisher do SAPO24, Rute Sousa Vasco, e acontece esta quinta-feira (22), pelas 21h00. Contará com a presença de Elisa Baltazar, promotora do Clube de Leitura, e do produtor, cronista e escritor Kalaf Epalanga, ele que já escreveu sobre o livro "Americanah" para a Folha de São Paulo. Na publicação brasileira, o artista angolano frisa a complexidade e a memória longínqua da história da diáspora africana.
Kalaf Epalanga nasceu em Benguela, Angola, em 1978, e na década de 90 veio viver para Lisboa. No seu CV tem um nome pesado: Buraka Som Sistema. Considerado por muitos um dos maiores divulgadores da lusofonia, não só de música vivem as suas palavras. Em 2011 publicou o livro "Estórias de Amor para Meninos de Cor". Seguiram-se "O Angolano que Comprou Lisboa (por Metade do Preço)" (2014) e "Também os Brancos Sabem Dançar" (2018).
Esta edição especial do É Desta Que Leio Isto – Livros para entender a América conta com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) que vai oferecer um conjunto de 500 livros aos participantes dentro do limite da oferta disponível por cada sessão. Quem quiser participar precisa apenas de estar presente nas sessões do "É Desta Que Leio Isto" (inscreva-se aqui).
Depois de, na semana passada, o debate ter girado em torno do livro "A Conspiração Contra a América", de Philip Roth, esta semana será a vez de "Americanah". Este é também o plano de serão para os dias 29 de outubro, onde se vai falar sobre a obra "Correções", de Jonathan Franzen, e 2 de novembro, com foco no livro "Viagem ao Sonho Americano", da jornalista Isabel Lucas. Pode ainda acompanhar esta e outras discussões no grupo no Facebook do É Desta Que Leio Isto, que conta já com quase 700 membros.
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