Baseada em factos verídicos, o início desta trapaça mediática – quase anedótica de tão surreal que é - remonta a maio de 2018. Foi nessa altura que a “The Cut” (chancela da revista New York Magazine) publicou o artigo "Maybe She Had So Much Money She Just Lost Track of It", que conta a invulgar ascensão de Anna "Delvey" Sorokin nas altas esferas da sociedade e que serviu de inspiração para a minissérie da Netflix, produzida e criada por Shonda Rhimes.
No decurso de 9 (longos) episódios (que podiam muito bem ser 10), ficamos a par de como a vigarista Anna Delvey enganou e burlou a very fashionable elite de Nova Iorque. É que apesar de se apresentar a tudo e todos enquanto Anna Delvey, uma jovem alemã na linha de sucessão para herdar uma fortuna de 67 milhões de dólares, ela era na verdade Anna Sorokin, uma cidadã russa sem pergaminho de berço milionário a passar o conto do vigário.
Em “Inventing Anna”, conhecemos os bastidores do engenhoso esquema da protagonista e ficamos a perceber como é que conseguiu tornar-se rica e fazer parte de uma elite muito exclusiva durante quase 10 meses antes de ser apanhada — e por “apanhada” entenda-se ser detida por vilipendiar bancos, restaurantes, “amigos” e até operadores de aviões privados em mais de 200 mil dólares.
Já na vida real, Sorokin acabou condenada a quatro anos de prisão depois de passar um mês em julgamento (durante o qual recrutou um consultor de imagem para se certificar de que a sua aparição pública apresentava o glamour de sempre). Se mostrou arrependimento? “A questão é, eu não sinto arrependimento. Estaria a mentir-te a ti, a todos e a mim própria, se dissesse que estava arrependida de alguma coisa”, confessou ao New York Times, depois de frisar de antemão que “não era boa pessoa”.
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