O filme, centrado numa intérprete da ONU com Srebrenica em fundo, é uma homenagem a “todas as mulheres, vítimas do conflito”, disse a cineasta, através de uma videochamada transmitida na sala de Berlim onde decorreu a cerimónia de entrega dos prémios, em formato reduzido por imperativo da pandemia de covid-19.
Zbanic recordou também a cineasta italiana Lina Wertmüller, que morreu há alguns dias em Roma aos 93 anos, apontando-a como “uma inspiração para todas” as mulheres.
Na categoria de melhor ator, o vencedor foi o britânico Anthony Hopkins, pelo papel de um idoso que sofre de demência em “The Father”, dirigido pelo francês Florian Zeller.
O filme de Zeller, uma produção franco-britânica, foi também distinguido com o prémio de melhor argumento.
O galardão da crítica internacional FIPRESCI para a descoberta do ano foi para “Promising Young Woman”, realizado pela britânica Emerald Fennell.
Como melhor comédia, foi escolhido o filme norueguês “Ninjababy”, dirigido por Yngvild Sve Flikke.
Os prémios da Academia do Cinema Europeu (EFA) nasceram em 1989 como alternativa europeia aos Óscares de Hollywood, impulsionados por 40 cineastas do continente, entre os quais o alemão Wim Wenders e o sueco Ingmar Bergman.
Nos primeiros anos, chamaram-se “Felix”, num claro paralelo com as estatuetas de Hollywood, mas logo adotaram a designação neutra de Prémios do Cinema Europeu.
Wenders foi, desde meados dos anos 1990, a alma e o diretor da instituição, cujas rédeas foram assumidas em 2020 pela cineasta polaca Agnieszka Holland.
A sede da EFA situa-se em Berlim, onde se realiza com periodicidade bienal a gala de entrega dos galardões.
Nos anos intercalares, a cerimónia transfere-se, de forma rotativa, para cidades europeias distantes, de acordo com o conceito não-centralizado da academia.
Este ano, na sua 34.ª edição, a cerimónia teve um formato híbrido, com uma presença reduzida de audiência e convidados, devido à pandemia.
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