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O que aconteceu a quem perdeu?
As guerras têm sempre um vencedor e um perdedor. É fácil imaginarmos os dias seguintes do lado que ganhou: famílias a juntarem-se, edifícios a serem reconstruídos, negócios a voltarem à rotina normal. Mas e do outro lado? O que acontece aos perdedores e aos milhões de pessoas que acabaram por ser vítimas numa guerra que não pediram e na qual tiveram “apenas” o azar de estar do lado errado?
“Os Derrotados” é a nova série da Netflix, que aterra em Berlim, no pós-II Guerra Mundial, onde a cidade se encontra dividida em quatro setores: o americano, o inglês, o francês e o russo. Os cidadãos alemães viram grande parte dos seus direitos retirados nos tratados de término da guerra e veem agora a sua vida dependente de governos estrangeiros, independentemente de terem desempenhado algum papel nas atrocidades cometidas pelos nazis.
Cada setor, nomeadamente o americano e o russo, entraram numa espécie de competição de popularidade para ver qual é que consegue ter maior estabilidade e mais facilmente recuperar as ruas e rotinas destruídas pela guerra. Na antecâmara da Guerra Fria, espiões americanos e russos fazem o seu melhor para recolher informações do outro lado e garantir que, se não conseguem fazer melhor, pelo menos destroem o trabalho desenvolvido pelo rival, mesmo que isso prejudique a vida dos locais que estão a tentar reabilitar.
Com uma população na miséria e a fazer o que pode para sobreviver, Berlim tornou-se a capital mundial do crime, marcada por roubos, assassinatos e violações, que se vão acumulando dada a inexistência de forças policiais competentes. É neste contexto que chega ao setor americano o detetive Max McLaughlin, vindo de Nova Iorque, para ajudar uma pequena esquadra a desenvolver métodos de investigação, que possam compensar a falta de experiência e a falta de recursos.
No terreno, e com o apoio da sua equipa, Max descobre que muitos dos crimes podem estar associados a um mestre do crime intitulado de “Criador de Anjos”, que se aproveita de pessoas desesperadas para as levar a cometer crimes por si. Contudo, esta não será a única preocupação de Max: a principal razão que o levou a vir para a Alemanha foi o seu irmão com limitações mentais, que combateu na Europa durante a 2.ª Guerra Mundial e que foi dado como desaparecido depois de ter desertado.
Descobrir o que lhe aconteceu, ao mesmo tempo que combate o crime e funciona como uma espécie de espião são as narrativas que marcam esta série, que mistura muito bem ação e aventura com o contexto histórico onde acontece. Oito episódios que passam a correr e que ainda ensinam um bocadinho sobre história, embora com a clássica liberdade criativa.
Caras conhecidas: a produção americana e alemã conta com nomes como Taylor Kitsch (“Friday Night Lights”) e Michael C. Hall (“Dexter”).
O que é que pode correr mal num hotel de luxo no meio do Hawai, frequentado pela classe alta americana? No episódio desta semana do podcast Acho Que Vais Gostar Disto falámos da série da HBO "The White Lotus", que utiliza esta premissa para fazer uma reflexão muito contemporânea à riqueza e ao privilégio.
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Estranho, em todos os sentidos
O pitch a “Nine Perfect Strangers” é muito fácil de fazer: imaginem Nicole Kidman a protagonizar uma terapeuta russa misteriosa que junta nove estranhos no seu retiro espiritual e que acredita que, em dez dias, consegue que estes ultrapassem os problemas que estão a enfrentar.
Além do desafio óbvio de Kidman manter um sotaque russo a falar inglês, tratar de nove pessoas com problemas muito distintos em tão pouco tempo não é tarefa fácil. É por isso que o Tranquilum, o centro gerido por Masha (personagem representada pela atriz), aceita apenas 10% dos clientes que procuram o serviço, que são agregados e escolhidos criteriosamente.
À porta, os nove estranhos são obrigados a cortar qualquer relação com o exterior (no smartphones, no Internet). Depois, vão cumprir uma série de exercícios espirituais, seguir uma dieta cuidadosamente preparada para cada um e ter conversas individuais com Masha, que os vão ajudar a encontrar a solução para os seus problemas. Na teoria.
Contudo, existem variáveis que não podem ser controladas, especialmente quando falamos de problemas como a superação da perda de um ente querido, a falta de autoestima, problemas conjugais ou a dependência de substâncias nocivas. É por isso que Masha tem câmaras espalhadas por todo o centro onde pode analisar o progresso de cada um dos seus pacientes como uma “Big Sister” ou como o robô de um popular reality show da Netflix.
No final, o principal enigma acaba por ser a própria terapeuta. Porque é que está a fazer aquilo? Quais são as suas motivações? Porque é que escolheu aquelas pessoas? Respostas que vamos recebendo a prestações, numa série que se preocupa a fazer do mistério e não da cura o seu principal ponto forte.
Elenco de luxo. Além de Kidman, temos Melissa Mccarthy, Michael Shannon, Bobby Cannavale, Regina Hall e Luke Evans.
Parceria renovada. Esta série resulta de uma nova colaboração entre Nicole Kidman e o produtor David E. Kelley, que é o criador de “Big Little Lies” e de “The Undoing”.
Onde ver. A série é originalmente da Hulu, mas chegou a Portugal através da Amazon Prime Video.
Créditos Finais
Álbum da semana. É este e é perfeito para ouvir à beira de uma piscina.
Trailers. O próximo filme do “Homem-Aranha” promete.
O mundo. John Oliver explica os problemas no Afeganistão.
Gordon Ramsay. Será que se pode chamar a isto uma bifana?
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