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Lembras-te de quando iam ser só duas semanas?

De quando nos mandaram ficar em casa e todos pensámos que depois de 15 dias ia voltar tudo ao normal? E de quando começámos a inventar e a redescobrir novas formas de passar o tempo e de nos entretermos? Aprendemos um instrumento novo, lemos os livros que tínhamos na mesa de cabeceira há meses, e revimos os nossos filmes e séries favoritos.

Estes 15 dias tornaram-se rapidamente em semanas, que se tornaram, até agora, sete meses. Pelo meio, aprendemos a fazer pão, investimos na nossa horta caseira, tentámos tornar-nos pintores e artistas plásticos com os poucos recursos que tínhamos em casa (e muitos de nós ficaram-se mesmo só pelo tentar) e tivemos direito ao nosso corte de cabelo de quarentena, que foi a origem de muitos desastres capilares. Descobrimos que é possível ter aulas remotamente, apostámos no teletrabalho e reinventámos o conceito de jantaradas e reuniões de amigos à distância, graças à tecnologia que nos uniu. Fizemos tudo (ou praticamente tudo) isto, mas, acima de tudo, certificámo-nos de que partilhávamos todos os nossos passos nas redes sociais, não fossem os nossos amigos, conhecidos ou desconhecidos achar que o distanciamento social nos estava a fazer mal à cabeça.

"Acho Que Vais Gostar Disto" é uma rubrica do SAPO24 em que sugerimos o que ver, ler e ouvir.

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Mas nem tudo (ou quase nada) foram arco-íris, unicórnios e nuvens de algodão doce. A pandemia da COVID-19, que nos prendeu em casa, trouxe danos irreversíveis e não afetou só aqueles que tiveram a infelicidade de apanhar o vírus. Sofreram também todos aqueles que viram os seus negócios ir à falência. E todos aqueles que tiveram momentos de fragilidade e solidão causados pelo isolamento e a falta de contacto humano com aqueles que lhes são mais próximos. Não nos esqueçamos também dos momentos que não pudemos vivenciar como era merecido devido a estas restrições.

Todas estas e muitas mais situações estão espelhadas na série “Distanciamento Social”, num retrato trágico-cómico sobre aquilo que foram os primeiros meses de pandemia. Entre os 8 episódios disponíveis, há espaço para alguns mais tristes e para outros que vão roubar-te algumas gargalhadas.

  • Uma série fiel a si própria: A série foi criada e produzida à distância e durante a quarentena. Com histórias e personagens que mudam a cada episódio, os verdadeiros protagonistas são as plataformas de videochamadas, como é o caso do Zoom.
  • Onde ver: A série é um original Netflix e os episódios já estão todos disponíveis na plataforma. Estás curioso? Dá uma vista de olhos no trailer.

São os clássicos que nos aquecem o coração

Os fatos de banho, as camisolas de manga curta e os calções já voltaram para o armário, para a estadia de outono/inverno. O tempo mais frio já chegou, a chuva também já foi dando “sinais de vida” e, lentamente, as tardes de passeio tendem a ser substituídas pelo conforto dos nossos sofás, com a companhia certa e uma manta para aconchegar. Para quem domina a línguagem da internet, neste que parece todo um novo idioma, já entrámos na cuffing season. (O que é a cuffing season? Ora, nada melhor do que esta crónica do The Guardian para te explicar.)

Mas com a cara-metade ao lado, a família ou os amigos de quatro patas, só falta tomar a decisão mais difícil: o filme a ver. Para te ajudar com essa decisão, a HBO tem os ingredientes secretos para completar a receita de uma tarde no sofá. Deixo-te com três sugestões um tanto ou quando cliché, mas que são o tipo de enredo romântico e dramático que este tempo está mesmo a pedir.

  • “O Diário de Bridget Jones”: Uma jovem adulta com muito pouco jeito para relações e que sofre constantemente pressão da família para encontrar a sua alma gémea e dois pretendentes que lutam para conquistar o seu coração. São estas as três personagens principais do filme baseado no livro com o mesmo nome. Bridget Jones (Renée Zellweger) não está sequer perto de ser o estereótipo da mulher perfeita, mas Mark Darcy (Colin Firth), e Daniel Cleaver (Hugh Grant) são homens de sonho. Num filme de uma hora e meia, quase como num jogo de ping pong, Bridget vai mudando o seu interesse amoroso mas nós, espectadores, mantemo-nos fiéis ao casal que mais apoiamos.  E se um filme deste turbilhão emocional não for suficiente, depois de veres “O Diário de Bridget Jones”, podes ainda ver as sequelas “O Novo Diário de Bridget Jones” (2004) e “O Bebé de Bridget Jones” (2016).
  • “500 Days of Summer”: Numa estrutura diferente daquela a que estamos habituados nos filmes, “500 Dias de Summer” dá-nos a conhecer, de uma forma não linear, a história de Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) e Summer Finn (Zooey Deschanel), história essa que nem pode bem ser considerada “uma história de amor”. Todos os acontecimentos são contados na perspetiva de Tom, que se apaixona por Summer, a sua nova colega de trabalho, que não acredita no amor. Entre flirts e conversas de elevador, as duas personagens acabam por se aproximar e começam a desenvolver uma relação sem qualquer rótulo. Mas as coisas acabam por não correr bem e, entre desentendimentos e afastamentos, Tom vai precisar de 500 dias para ultrapassar este amor não correspondido.
  • “Lembra-te de mim”: Ele é um jovem revoltado que gosta de andar metido em confusões e ela é filha de um polícia. Tyler Hawkins (Robert Pattinson) e Ally Craig (Emilie de Ravin) pertencem a mundos diferentes, mas partilham uma dor que os une. Aproximam-se inicialmente porque Tyler se quer vingar do pai de Ally, mas rapidamente começam a criar uma ligação emocional profunda. Mas nenhuma relação é à prova de bala e, quando a verdade começa a ser desvendada, o seu amor é testado por todos à sua volta. Aconteça o que acontecer, Tyler e Ally acabam sempre nos braços um do outro. Este é um daqueles filmes cuja categoria devia ser “filmes para chorar”, um verdadeiro ataque às emoções dos overthinkers e dos mais sensíveis.

 Uma aventura chamada adolescência

Não é segredo para ninguém que a adolescência tem os seus altos e baixos, com conflitos internos, auto-descoberta e uns quantos dramas típicos da idade. Todos querem ser alguém e encontrar o seu lugar no mundo, mas nem tudo é fácil e muitas vezes aqueles que estão à volta, os pais e amigos, são os principais alvos destas crises de adolescente sem razão aparente. Quem nunca, não é verdade?

Mas se já é difícil para quem tem uma vida completamente normal, imaginem para um rapaz introvertido de 14 anos, que vive em Nova Iorque, com duas mães militares que o obrigam a mudar para a base militar dos Estados Unidos em Itália porque uma delas está prestes a assumir o cargo de comandante. Esta é a realidade de Fraser Wilson (Jack Dylan Grazer), a personagem principal da série “We Are Who We Are”. Se só isto não parece um cenário propriamente fácil e que ajude na sua integração neste novo ambiente, aviso também que o rapaz tem ainda um estilo próprio, apresentando-se de unhas pintadas e  vestindo-se com conjugações berrantes, padrões fora do normal e roupas que a sociedade não julga como sendo o ponto máximo da masculinidade.

“Estranho” é um dos muitos adjetivos que são utilizados pelos miúdos da base militar para classificar o recém-chegado Fraser. Entre discussões com as mães e dificuldades em adaptar-se, quem o vai ajudar é Caitlin Harper (Jordan Kristine Seamon). Filha de militar, vive na base há vários anos e desde pequena que acompanha o seu pai em várias atividades, desenvolvendo também um sonho por seguir esse rumo. Ainda que tenha o seu grupo de amigos formado há vários anos, há coisas na vida de Caitlin que ainda não fazem sentido. Em tom de reciprocidade, o seu maior apoio será também Fraser, que vai ajudar a adolescente a abrir os seus horizontes e a descobrir aquilo com  que realmente se identifica.

  • Um cocktail de temas controversos: Homossexualidade, transsexualidade e traços femininos em rapazes são alguns dos pontos sensíveis em que a série procura tocar, tudo isto com o objetivo de normalizar o tema, quer para pais, quer para filhos adolescentes que estejam a passar pelo mesmo.
  • Nomes e caras conhecidas: O realizador de “We Are Who We Are” é  Luca Guadagnino, também responsável pelo filme “Call Me By Your Name”. Na série participam ainda Kid Cudi, Alice Braga (protagonista da série “Rainha do Sul”) e Chloë Sevigny (“Big Love”).
  • Onde ver: A série é uma produção HBO, onde desde o início de setembro estreiam novos episódios. No total, a série é composta por 8 episódios. Antes de começares a ver, espreita aqui o trailer.
créditos: MadreMedia

Vamos ao que interessa… o passatempo Acho Que Vais Gostar Disto

Para celebrarmos a edição número 50 da nossa newsletter, lançámos um passatempo que vai decorrer durante todo o mês de outubro no qual te podes habilitar a GANHAR 1 ANO DE NETFLIX (com dois cartões de oferta de 50 euros)!

Para participares, basta ires a este link e fazeres três coisas:

  • Subscrever a newsletter (para muitos o primeiro passo está feito)
  • Seguir o Instagram do Acho Que Vais Gostar Disto
  • Responder à pergunta "Se só pudesses ver uma série o resto da tua vida, qual seria e porquê?"

Já faltam menos de 10 dias para chegar ao fim, por isso, por isso participa e quem sabe se, no próximo ano, até não és tu a fazer-nos as recomendações!

Nota: a Netflix não patrocina o passatempo, nem tem qualquer tipo de afiliação à newsletter.

Créditos Finais

  • Cinema do Brasil aqui, em Portugal: É já nos dias de 21 a 25 que a 3ª Edição da Mostra de Cinema do Brasil se realiza, desta vez na Fábrica Braço de Prata, em Lisboa. Ao contrário das edições anteriores, e numa forma de se adaptar aos tempos que correm, tudo vai acontecer em modo cinema drive-in. Descobre mais aqui.

  • Os resumos de que realmente precisamos: Há uns dias cruzei-me com o canal de YouTube “Chi With an C” e não consegui parar o binge nos vídeos de paródias de algumas das séries mais conhecidas da cultura pop. Dá uma vista de olhos nos resumos de “Modern Family”, “Killing Eve” e “Friends”.

  • Um jogo rápido para artistas: “Quick, Draw” é um site criado pela Google e é, simultaneamente, a opção perfeita para quem quer fazer uma pausa rápida no trabalho ou no estudo. Com jogos de 6 rondas de 20 segundos, o utilizador joga contra ‘o computador’ e deve desenhar as palavras indicadas até estas serem decifradas ou até o tempo acabar. Já jogaste? Experimenta aqui.


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