O comboio partiu no dia 10 de abril do porto londrino de Stanford-le-Hope, no estuário do Tamisa, em direção a Yiwu, na costa oriental chinesa. Durante esta madrugada, pelas 00H30 (em Lisboa), entrou na estação de Yiwu, uma cidade de cerca de dois milhões de habitantes ao sul de Xangai. A viagem durou dois dias a mais do que o previsto.
O comboio cruzou França, Bélgica, Alemanha, Polónia, Bielorrússia, Rússia e Cazaquistão. São mais de 12 mil quilómetros, sendo o trajecto Londres-Yiwu a segunda mais longa rota comercial do mundo, ficando "apenas a perder" distância para a rota China-Madrid, inaugurada em 2014.
Sendo uma opção mais barata do que a aérea e mais rápida do que a marítima, Londres é a décima quinta cidade europeia a celebrar uma ligação ferroviária à China para efetuar transporte de mercadorias.
Estas ligações ferroviárias aparecem no contexto das "novas Rotas da Seda", iniciativa lançada em 2013 pelo presidente chinês, Xi Jinping, com a esperança de firmar as relações comerciais da China, em particular com a Europa ocidental.
O comboio procedente de Londres continha whiskey, refrescos, produtos infantis e remédios destinados ao mercado chinês. Porém, sendo este um carregamento de volume limitado, "não falamos exatamente de uma idade de ouro do comércio sino-britânico", segundo Theresa Fallon, diretora do Centro de Estudos sobre Rússia, Europa e Ásia, em Bruxelas.
Os comboios vão transportar muito provavelmente mais mercadoria no futuro, especialmente no trajeto China-Europa, devido ao desequilíbrio comercial entre as duas economias, indicou Fallon à agência AFP. No entanto, alerta para o risco de que a rota da seda seja "num sentido único".
Segundo as autoridades de Yiwu, o comboio transportou "apenas" 88 contentores, muito menos do que um navio de carga, que pode transportar entre 10 a 20 mil unidades.
Por enquanto, o retorno do investimento não cobre os gastos estruturais, segundo um relatório publicado no ano passado pela Oxford Review of Economic Policy.
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