A exposição “Yayoi Kusama: 1945 — HOJE”, que estará em exibição até dia 29 de setembro, está organizada cronologicamente e por temas: Infinito, Acumulação, Conectividade Radical, Biocósmico e Morte e Força de Vida, explicou hoje aos jornalistas a coordenadora da mostra em Serralves, Filipa Loureiro.
Os mais de 160 trabalhos narram a história da vida e obra da artista japonesa, de 95 anos, e exploram a sua carreira desde os seus primeiros desenhos, realizados na sua adolescência, durante a Segunda Guerra Mundial, às suas obras mais recentes de arte imersiva, referiu.
As obras, desde esculturas, instalações, a pinturas e materiais de arquivo, retratam a interconexão, a existência, o autorretrato, a ideia de morte, a luta incessante pela vida, a natureza e o círculo, sublinhou Filipa Loureiro, lembrando que Kusama se deparou ao longo da vida com problemas de saúde.
A curadora da exposição frisou que a artista exprime sentimentos e emoções através de pontos, bolas, abóboras e espelhos.
Filipa Loureiro revelou que a exposição não se vai circunscrever ao museu, mas estender-se também ao parque de Serralves onde, em abril, as suas famosas abóboras amarelas com ‘bolinhas’ pretas — uma das suas referências mais icónicas – e o “Narcissus Garden” (esferas de aço inoxidável de diferentes dimensões) serão exibidas.
“Procuramos mostrar, através desta exposição, a relação e procura incessante entre o interior e exterior que está presente em toda a obra de Kusama”, disse.
A exposição integra imagens que Kusama pintou de si mesma ao longo da sua carreira, transmitindo as suas experiências psicológicas e emocionais e a ideia de infinito, algo permanente na obra da artista japonesa, salientou.
Estarão ainda em exibição obras mais antigas de Kusama que falam da destruição que ela testemunhou durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhos com padrões circulares como uma metáfora do sol, da terra e da lua e peças ‘semi-representacionais’ de cores fortes e saturadas com perfis de mulheres e rebentos de flores em cenas que fundam a vida humana e vegetal, acrescentou.
A mostra termina com o infinito quadro espelhado “Dot’s Obsession — Aspiring to Heaven’s Love”, uma grande instalação de espelhos reflexivos e as circunferências característicos da sua obra, sendo os visitantes confrontados com grandes balões cobertos de círculos brancos suspensos do teto e um ambiente cúbico espelhado.
A exposição foi concebida e organizada pelo museu de cultura visual M+, de Hong Kong, em colaboração com a Fundação de Serralves e o Museu Guggenheim de Bilbau.
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