O livro “Trump Debaixo de Fogo” vai ser lançado em Portugal no próximo dia 13 de junho e, na nota introdutória de duas páginas divulgada hoje pela editora, o autor explica que "em muitos aspetos" o próprio Governo e até a Casa Branca está a virar-se contra Donald Trump.
Michael Wolff publicou anteriormente o livro “Fogo e Fúria” dedicado ao período entre a campanha presidencial de 2016 e o momento em que Steve Bannon abandonou o cargo que desempenhava como chefe de estratégia de Donald Trump, em agosto de 2017.
Os factos explorados no novo livro começam em fevereiro de 2018, início do segundo ano de Trump na presidência e altura em que os "acesos de fúria e caprichos" começam a ser enfrentados através de respostas institucionais cada vez mais organizadas e metódicas.
"As rodas da justiça giram inexoravelmente contra ele (Trump). Em muitos aspetos, o seu próprio governo, até a Casa Branca, começou a virar-se contra si. Quase todos os centros de poder que restam na ala da extrema-direita o consideram inapto", escreve Wolff.
O autor sublinha que "até alguns elementos da sua própria base consideram que não merece confiança", que é "irremediavelmente" distraído e que se envolveu numa situação que excede as próprias capacidades.
"Não há memória de um presidente sob um ataque tão concertado e uma capacidade tão limitada para se defender. os inimigos cercam-no, dedicando-se a derrubá-lo", refere.
Michael Wolff acrescenta que é acompanhado como autor por um fascínio mórbido por Trump, pela certeza de que no final o Presidente se vai autodestruir e que um dos objetivos de "Trump Debaixo de Fogo" é traçar um retrato do chefe de Estado que tem uma "personalidade americana extrema", quase alucinante e "sem dúvida censurável".
O jornalista explica que para escrever sobre os vários pontos de vista concedeu o anonimato a todas as fontes que o pediram e que fez todos os esforços para confirmar junto de outras fontes e documentos as situações expostas.
"Em alguns casos, testemunhei as conversas ou os acontecimentos aqui descritos. No que diz respeito à investigação Mueller, a narrativa que apresento tem por base documentos internos que me foram fornecidos por fontes próximas do gabinete de conselho especial", diz Wolff referindo-se ao documento do procurador especial Robert Mueller sobre as alegadas ligações entre a campanha de Trump e a Rússia e as supostas tentativas de obstrução à justiça.
Na nota de autor, Wolff escreve que lidar com fontes da Casa Branca tem vindo a apresentar uma série de situações que considera peculiares, acrescentando que o requisito básico para se trabalhar junto de Trump é a disponibilidade para "deslegitimar a verdade" ou mesmo mentir, quando necessário.
"De facto, acredito que isto levou algumas das pessoas que minaram a confiança do público a transformarem-se em paladinos da verdade, em privado", afirma Wolf sublinhando que pessoas próximas da Sala Oval encaram Donald Trump como "louco" sendo que, por isso, se torna necessário fazer uma avaliação responsável sobre "esta Casa Branca invulgar".
"A minha estratégia consiste em mostrar em vez de contar, em descrever o contexto mais amplo, comunicar a experiência, torná-la suficientemente real para que o leitor possa avaliar por si em que medida Donald Trump cai numa escala vertiginosa do comportamento humano. É essa condição, um estado mais emocional do que político, que está no coração deste livro", conclui a nota de Wolf.
O livro "Trump Debaixo de Fogo" de Michael Wolf (Actal/Grupo Almedina) vai ser lançado na Feira do Livro de Lisboa no dia 13 de junho.
Comentários