Sob o título “Suor Frio”, a bienal tem conceito e organização da Associação Portuguesa de Joalharia Contemporânea (PIN), com curadoria-geral de Cristina Filipe, também responsável pela direção artística, com Marta Costa Reis.
A programação teve um pré-início oficial em julho devido a necessidades de calendarização dos parceiros e entidades participantes no projeto, desde museus, galerias e escolas, indicou a organização.
Contactada pela agência Lusa sobre os objetivos da criação da bienal, Cristina Filipe realçou que visa sobretudo “divulgar o conhecimento da História da joalharia portuguesa, estimular uma programação regular na área, promover a sua internacionalização, reflexão e a partilha”.
“Queremos desenvolver esse estudo da história da joalharia, fazendo a ponte com outras disciplinas, e promover o encontro e o intercâmbio entre investigadores, curadores, artistas e estudantes, entre si e com o público nacional e internacional”, acrescentou.
A situação de pandemia, o medo e a incerteza que se instalaram no mundo, neste contexto, levaram a organização a escolher como tema “um aspeto marcante na história da joalharia — a proteção física e espiritual — e a debater qual o seu sentido no século XXI”.
Cristina Filipe disse que uma das exposições nucleares é inaugurada na quinta-feira, no Museu de São Roque e no Museu da Farmácia, às 18:30 e às 21:30, respetivamente, e tem como título “Suor Frio”, com a participação de 73 artistas de 16 países, apresentando peças de joalharia, mas também em escultura, vídeo, fotografia e performance, “todas com o ponto em comum da ligação ao medo, o corpo e a proteção”.
A outra exposição nuclear da bienal “Oitavos de Oficina. José Aurélio: Joalharia”, sobre a obra de joalharia do escultor, com curadoria de Laura Castro, e em parceira com o MUDE, já está patente desde 28 de julho, na Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), onde ficará até 22 de setembro.
Também está previsto um colóquio de três dias, em parceria com o Centro de Investigação e Tecnologia das Artes da Universidade Católica Portuguesa — Escola das Arte, a decorrer entre quinta-feira e sábado, no centro cultural Brotéria, cada um dos dias dedicado, respetivamente, à reflexão sobre o corpo, o medo e a proteção, no quadro da temática da bienal, e com a presença de especialistas e investigadores portugueses e estrangeiros de várias disciplinas para o seu debate.
Esta semana decorrem várias outras exposições patentes em galerias participantes e nas escolas Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual e António Arroio, em Lisboa, que prepararam projetos no âmbito do certame, “para criar alguma efervescência em torno dos temas”, salientou a curadora.
Em outubro, a Coroa de Nossa Senhora de Fátima — hoje também relicário do projétil que atingiu o Papa João Paulo II — estará exposta, durante dois dias, na Igreja de São Roque, e será realizado um colóquio sobre a sua história, enquanto objeto de culto, segundo a programação.
Estarão presentes, entre outros convidados, o diretor do Museu do Santuário de Fátima, Marco Daniel Duarte, e um representante da Casa Leitão & Irmão, que realizou a coroa nos anos 1940.
As galerias Sá da Costa, Reverso, Teresa Lacerda, Tereza Seabra e o Instituto Cultural Romeno, em Lisboa, acolherão diversas exposições internacionais e promoverão palestras e visitas guiadas no quadro do certame.
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