As famílias preferem cada vez a companhia de animais pouco habituais, e isso está espelhado no 'Petfestival' - o festival dos animais de estimação, que decorre na Feira Internacional de Lisboa (FIL) desde sexta-feira.
Num dos pavilhões, logo à entrada, está o Clube Português do Furão, um mamífero carnívoro que dorme "16 horas ou mais por dia", e comunica através de um som parecido "com uma galinha".
Em declarações à agência Lusa, a responsável Inês Faria explicou que este "não é um animal para toda a gente, é um animal extremamente complexo, requer muito tempo, muita atenção e dá também uma despesa considerável".
"Eles não são propriamente o tipo de animal que nós chamemos e eles venham, são extremamente interessados nas coisas que eles acham interessantes. Mas sim, eles interagem muito connosco", explicou.
Apontando que um furão "não é animal de gaiola", Inês Faria afirmou que eles "correm, pulam, vão contra os móveis", e quando têm companhia de outros exemplares da mesma espécie, fazem "um espetáculo, são mesmo muito divertidos".
Estes animais gostam também "de se esconder em lugares escuros" e contam com unhas "preparadas para escavar", que "devem ser cortadas a cada duas ou três semanas".
"E eles podem escavar as almofadas, os edredons, podem trepar as cortinas, podem meter-se em toda a espécie de sarilhos", uma vez que "são muito curiosos", contou a responsável do clube.
Junto aos furões estão os répteis. Dentro de umas caixinhas encontram-se os 'geckos', da família dos lagartos.
Marisa Galrito, da loja Tortuga, disse à Lusa que "já começa a ser mais típico" a adoção destes animais, uma vez que os répteis "estão muito na moda", especialmente "entre adolescentes e crianças".
Para ter um destes bichos em casa é preciso desembolsar entre 25 e algumas centenas de euros para os adquirir, sendo necessário colocá-los num terrário com respiração, aquecimento com lâmpadas próprias e decoração adequada.
Quanto à alimentação, é constituída por insetos que têm de estar vivos, uma vez que a caça é natural para estes animais, acrescenta Marisa.
Outra das características do 'gecko' é o armazenamento de nutrientes na cauda, à semelhança das bossas dos camelos.
Ao invés de outros répteis, os 'geckos' não mudam de cor, a não ser "quando mudam a pele e ficam mais esbranquiçados". Estes animais podem então ser "pretos, amarelos, todos brancos, ou ter listas castanhas e amarelas", explicou a lojista.
Atravessando a feira, junto ao ringue onde decorrem as provas de agilidade, encontra-se um dos animais mais imponentes desta feira.
O mastim tibetano é um cão que impressiona pelo peso, porque pode chegar aos 130 quilos, e também pelo preço. Um cachorro pode custar entre os 10 e os 50 mil euros.
Nuno Carlos, criador destes animais, explicou à Lusa que este é "um cão de porte grande, é um cão que é agressivo, é muito protetor, é um cão que precisa de algum espaço para se movimentar".
Apesar do tamanho, é um animal que não dá grandes trabalhos, pelo que a única rotina essencial é o facto de ter de ser penteados "de dois em dois meses".
Originário do continente asiático, esta é uma espécie que foi usada na guerra, mas também para proteger gado e guardar a família, referiu Nuno Carlos, dos Guardiões do Templo.
A edição deste ano do Petfestival chega hoje ao fim. Para além destes animais contou também com peixes, gatos, animais da quinta e até suricatas.
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