“Segundo as regras da UNESCO, este tipo de candidaturas tem de ser feito pela Câmara Municipal e começa tudo com uma carta formal do presidente da cidade a manifestar o interesse e a disponibilidade para tal. Por isso não há forma de contornar”, declarou o responsável pela comunicação da Livraria Lello, Manuel de Sousa, à margem de uma conferência sobre "Que caminhos para o Porto".
Questionado hoje pela agência Lusa sobre se cai por terra o projeto de fazer do Porto uma cidade literária da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês), Manuel de Sousa considerou que o Porto “já é uma cidade literária” e que apenas se estava a tentar obter “um galardão ou um reconhecimento”.
“A nós [Livraria Lello] cabe sugerir, reunir vontades como instituição ligada à cultura e ligada aos livros e à literatura, (...) e depois deixamos as hipóteses no ar e quem quiser pegar nelas, pega. Não ficamos tristes, nem contentes. Ficamos contentes porque fizemos o nosso trabalho, que nos competia”, acrescentou Manuel de Sousa.
Na segunda-feira passada, a Livraria Lello anunciou que o Porto tinha as condições e critérios exigidos pela UNESCO para ser considerado uma cidade literária e, por isso, sugeria que se podia avançar com uma candidatura em 2018.
No próprio dia, a Câmara Municipal do Porto afirmava que não tinha qualquer intenção ou projeto em curso com vista a uma candidatura a cidade literária da UNESCO.
Entretanto, no âmbito da rede de Cidades Criativas da UNESCO, esta quarta-feira, o presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, anunciou ter formalizado uma candidatura para que aquela cidade integrasse a rede da UNESCO, na vertente literatura.
Comentários