Com a lotação esgotada, a conferência do Plano Nacional de Leitura 2027 (PNL 2027) realiza-se na Fundação Calouste Gulbenkian sob o mote “Como falamos de livros?”.
“Vamos discutir como falamos de livros, mas como falamos deles em diferentes áreas da sociedade”, explicou à agência Lusa a comissária do PNL 2027, Regina Duarte, referindo que o objetivo é promover uma discussão alargada sobre a relação que áreas como a educação, ensino superior, cultura e comunidade local estabelecem com a leitura.
E é a essas áreas que a conferência vai colocar a pergunta “como falamos de livros”, em quatro debates que se realizam ao longo do dia e em que vão participar alunos, professores, agentes culturais e autores.
Sobre a educação, por exemplo, o objetivo é perceber como é que os livros são abordados em todo o contexto escolar, e não só em sala de aula, enquanto no debate sobre o ensino superior incide na “formação de professores leitores”.
“O PNL é para o país. Talvez haja uma perceção do PNL muito ligada às escolas, mas o plano é tutelado por quatro ministérios e há uma razão para isso”, sublinhou Regina Duarte para justificar a importância de discutir a importância da leitura no contexto dessas quatro áreas.
“Na sua génese, foi sempre intenção que se trabalhasse para a promoção da leitura e para a melhoria dos níveis de literacia do país em geral. É um objetivo ambicioso, mas que também só conseguiremos atingir se trabalharmos com os diferentes parceiros e ouvirmos as diferentes áreas da sociedade”, acrescentou.
Num relatório divulgado em abril, que avaliou entre 2017 e 2020 a implementação do PNL 2027, o envolvimento de outras áreas além da Educação foi uma das principais falhas apontadas pelos autores, que notaram o “desigual empenhamento dos diferentes ministérios”.
Da parte de Regina Duarte, que assumiu a liderança do PNL2027 apenas em setembro, sucedendo a Teresa Calçada que se demitiu a meio do mandato, a comissária considera que o tema da conferência e a participação de intervenientes dos diferentes setores é um sinal de mudança para colmatar esse ponto negativo.
“Estamos a desenvolver trabalho nesse sentido e queremos, de facto, alargar o plano de abrangência do PNL”, afirmou Regina Duarte, acrescentando que estão já em curso e a ser preparados alguns projetos em colaboração com instituições de ensino superior, agentes culturais e autarquias.
Por outro lado, a comissária considerou que o facto de a conferência ter lotação esgotada “há algum tempo” é “um ótimo sinal”.
“É sinal que as pessoas estão interessadas em ter esta conversa connosco e é isso que queremos, porque precisamos das ideais de todos e da colaboração de todos”, afirmou.
Antes do primeiro debate sobre “Como falamos de livros no Reino Unido”, o ministro da Educação, João Costa, e Regina Duarte participam na abertura da conferência, que encerra com mensagens gravadas do Presidente da República e dos ministros da Cultura e da Coesão Territorial.
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