"Já me disseram: ‘Se tu tens três ex-maridos tu só podes ter um problema’. Pois bem, eu não tenho um, eu tenho vários. Entre eles, ter muita consciência sobre quem sou e quais são os meus limites de sobrevivência emocional". Palavras de Joana Dias, taróloga e coach certificada pela International Coach Federation. Cara conhecida de revistas e da televisão, o sítio onde diz "ser mais feliz", não é uma pessoa ‘by the book’, não faz julgamentos e tem uma maneira muito particular de olhar o mundo. "A dita normalidade é as pessoas não serem profundas, ficarem pela rama. Quando surge uma mulher que fala, que gosta de sexo e não o esconde, que diz o que gosta e o que não gosta, que fala de afetos, que diz se está bem ou não está, que sugere 'vamos construir qualquer coisa’, que bate com a porta, isso não é o normal", explica.
Nesta conversa com Patrícia Reis e Paula Cosme Pinto, conta que, por várias vezes, já a consideraram "louca" pelas suas escolhas, desde o momento em que decidiu seguir o conselho de uma mãe de santo e trocar a carreira na gestão pelo tarot, ao casamento com um homem quinze anos mais novo. "Se me julgam pelas minhas escolhas, para mim é irrelevante. Vamos todos morrer, é preciso relativizar a vida. Somos transitórios, não temos assim tanta importância. Então, vou-me massacrar para quê com o que os outros pensam de mim?".
Mãe de três, considera que "a única validação que a maternidade traz é deixarmos cá código genético". Contudo, admite: "Eu também procurei validação através das mesmas coisas da maior parte dos comuns mortais, no casamento, nos filhos. Mas com o tempo percebi que aquilo que nos valida é a nossa personalidade e a forma como nos projetamos para fora, a construção da nossa identidade. E isso tem muito a ver com a parte profissional. É isso que nos estrutura, a par dos amigos que escolhemos para nós". E frisa: "A relação com a família tem muitas vezes toxicidades, co-dependências, sistemas familiares que vêm de trás, cheios de padrões, mas que normalizaram. Acabamos na roda do ‘se nós aguentámos isto, quem és tu para querer sair disto’? O passado não é a nossa identidade, temos de perceber isso".
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