Dois anos sem Isabel II: um ano marcado por doenças e uma família cada vez menos presente

Ao contrário do ano passado, em que a família real e instituições fizeram inúmeras homenagens públicas para celebrar a data da morte de Isabel II, este ano tudo aconteceu de forma mais simples.
Dois anos sem Isabel II: um ano marcado por doenças e uma família cada vez menos presente
(Photo by Victoria Jones / POOL / AFP)

Foi na pequena igreja de Crathie Kirk, do lado oposto ao Castelo de Balmoral, que Carlos III organizou uma pequena celebração familiar em memória da mãe, a rainha Isabel II. Esta igreja, que tem como característica a simplicidade, apenas com uma dúzia de bancos, era um lugar especial para a antiga monarca.

Este domingo, o rei fez o que a mãe fazia todas as manhãs de domingo durante a sua estadia de verão no Castelo de Balmoral: atravessou o Rio Dee, cruzou a estrada A93 e participou no serviço anglicano de domingo.

Esta celebração terá para sempre um sabor agridoce para Carlos III, tal como 6 de fevereiro tinha para a antiga monarca, visto que apesar de ser o chamado "Dia da Ascensão", dia em que se tornou rei, é também o dia em que morreu Isabel II.

A antiga rainha passava sempre o seu 'Dia da Ascensão' em Sandringham, a propriedade em Norfolk onde o pai morreu em 1952.

Nos últimos dois anos, Carlos III seguiu essa tradição e ficou no Castelo de Balmoral, o lugar onde a vida de 96 anos e o reinado de 70 anos da sua mãe terminaram em 2022.

Ao contrário do ano passado, este não foi um ano fácil para a família real, marcado pelo afastamento do rei de funções públicas devido a um cancro, algo complicado para alguém descrito na imprensa internacional como 'workaholic' (viciado em trabalho, em tradução livre).

Devido a esta doença, as viagens ao estrangeiro foram evitadas, exceto uma curta viagem à Normandia para as comemorações do Dia D. A tradicional “Spring Tour” (na primavera) também nunca aconteceu.

Isto ao mesmo tempo que a nora do rei, a Princesa de Gales, Catherine, também está a lutar contra o seu próprio diagnóstico de cancro e afastada dos deveres desde o Natal, com apenas algumas aparições públicas enquanto passa por quimioterapia.

Todos estes fatores marcaram imensamente este segundo ano de reinado, que apesar de tudo não foi tão abalado pelo príncipe Harry, que continua a sua luta contra os média britânicos enquanto tenta construir uma vida nos Estados Unidos em conjunto com a família.

No futuro está marcada uma viagem à Austrália, primeira do rei a um Reino da Commonwealth, onde continua a ser chefe de Estado, desde que assumiu o trono.

A última vez que Carlos III foi visto em público foi a visitar a comunidade em Southport e a encontrar-se com as famílias das jovens que perderam a vida, uma delas portuguesa, num ataque com uma faca a uma aula de dança.

Apesar dos problemas de saúde, a família está a esforçar-se para mostrar que tudo continua como sempre, mas, em comparação com a mesma época do ano passado, cada vez menos membros aparecem em público, existindo inclusivamente momentos em que a rainha Camila assumiu as rédeas da família, um cenário nunca antes visto desde a década de 90.

As homenagens simples no segundo ano. "O valor do serviço sempre perdura"

Quem inaugurou as mensagens foi Carlos III, com uma fotografia da antiga monarca partilhada nas redes sociais da família.

Seguiu-se a Royal Collection Trust, que gere os monumentos reais e fez questão de salientar: "Este retrato foi tirado para marcar o 80.º aniversário da Rainha Isabel II em 2006 e mais tarde foi usado em 2022 para anunciar a morte da Rainha. Equipada apenas com a sua câmara e rolos de filme monocromático e sem assistente, Jane Bown utilizou luz natural, permitindo-lhe ser o mais discreta e rápida possível".

O novo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também se juntou às homenagens, escrevendo na rede social X: "Hoje passam dois anos do falecimento da Rainha Isabel II. A dedicação da falecida Rainha ao Reino Unido e à Comunidade Britânica ensinou-nos que, não importa quais sejam os desafios que o nosso país enfrenta, o valor do serviço sempre perdura. Durante os 70 anos gloriosos do seu reinado, ela esteve no centro da vida desta nação. Hoje honramos a sua memória".

A esta homenagem juntou-se o antigo primeiro-ministro Rishi Sunak, que na mesma rede social referiu: "Continuo a guardar com carinho as minhas memórias das ocasiões em que estive com Sua Majestade".

Também a abadia de Westminster lembrou a antiga monarca nas redes sociais.

E o metro de Londres também se juntou com um desenho e uma mensagem num dos seus placares.

Recorde-se que Isabel II morreu no dia 8 de setembro de 2022. Tinha 96 anos e esteve no trono por 70. Carlos III ascedeu ao trono britânico nesse mesmo dia, na altura com 73 anos.

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