No ano em que se celebra o centenário do historiador de arte, os herdeiros doaram um espólio constituído por um conjunto documental de 22 dossiês "de especial importância para o estudo da história da arte em Portugal do período moderno", de acordo com um comunicado da Fundação Gulbenkian.
Carlos Mascarenhas Martins de Azevedo é considerado uma figura "de singular importância na historiografia da arte portuguesa da segunda metade do século XX, quer pelas ligações que estabeleceu ao longo do seu percurso académico, no estrangeiro e em Portugal, quer pelas investigações que realizou sobre a história da arquitetura civil no país, a história do património português no Oriente, e sobre a história dos órgãos de igreja".
Com um percurso académico e de investigação iniciado em 1946, na Universidade de Oxford, Carlos de Azevedo esteve ligado a diversas instituições estrangeiras, onde estabeleceu contactos com alguns dos mais ilustres historiadores do seu tempo e onde o seu trabalho foi reconhecido.
Da sua extensa bibliografia, a Gulbenkian destaca a obra "Solares portugueses: introdução ao estudo da casa nobre", cuja primeira edição data de 1969, e foi reeditada posteriormente na década de 1980, sendo considerada como a primeira investigação aprofundada sobre a arquitetura civil erudita em Portugal.
Essa obra resultou de um levantamento por si realizado, com o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian, recorda a entidade.
Entre o espólio encontra-se a correspondência entre Carlos de Azevedo e historiadores de arte seus contemporâneos, como Robert Smith, cujas investigações sobre o barroco em Portugal e no Brasil foram patrocinadas pela Fundação Calouste Gulbenkian, e com Charles Boxer e Harold Livermore, historiadores britânicos com obra importante no âmbito da história portuguesa do período colonial.
A assinatura do protocolo que formaliza esta doação realiza-se no dia 19 de dezembro, às 12:30, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
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