Os objetos adquiridos são uma charuteira em ouro, safiras e diamantes, alusiva ao batismo do príncipe real D. Luís Filipe (1887-1908), e uma boquilha em ouro filigranado, âmbar, rubis, esmeraldas e diamante, marcada com o monograma “D.L.I.” (D. Luís I), indica um comunicado da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
De acordo com a mesma fonte, as duas joias foram compradas num recente leilão da Cabral Moncada, por proposta da direção do Palácio Nacional da Ajuda, que tutela o museu da Casa Real portuguesa.
Para o diretor do Palácio Nacional da Ajuda - Museu do Tesouro Real, José Alberto Ribeiro, foram “resgatadas mais duas singulares peças que em muito vêm valorizar as excecionais coleções da antiga Casa Real que aqui se conservam, em particular, aquelas que foram reunidas em vida pelos monarcas D. Luís e D. Maria Pia”, sublinha, citado no comunicado da DGPC.
A charuteira da casa Leitão & Irmão, alusiva ao batismo do príncipe real D. Luís Filipe (1887-1908), neto do rei Luís, está marcada com o monograma coroado “LM” (rei Luís e rainha Maria Pia), e faz parte de uma encomenda endereçada pelo monarca aos joalheiros da coroa, indica a direção-geral.
Essa encomenda “compreendia vários objetos destinados a presentear familiares e dignitários ao serviço da corte presentes na solene cerimónia de batismo, realizada na capela do Paço da Ajuda a 14 de abril de 1887”, recorda.
Quanto à boquilha, "terá sido herdada sucessivamente por D. Carlos I (1863-1908) e D. Manuel II (1889-1932) pois encontra-se registada no inventário republicano dos bens da antiga Casa Real, entre os pertencentes a D. Manuel II", e "foi reclamada como propriedade particular e restituída ao ex-monarca no exílio", acrescenta.
O Museu do Tesouro Real, uma caixa-forte de grandes dimensões localizada na ala poente do Palácio da Ajuda, em Lisboa, que guarda uma das mais importantes coleções mundiais de joias e ourivesaria da monarquia, foi inaugurado a 01 de junho.
Conclusão de um projeto que começou a ser trabalhado há seis anos, o plano original para este museu somou 226 anos, período durante o qual permaneceu inacabada a obra de remate da ala poente do Palácio Nacional da Ajuda.
O espólio do Museu do Tesouro Real está instalado numa das maiores caixas-fortes do mundo – 40 metros de comprimento, 10 metros de largura e 10 metros de altura -, com três pisos, munida com sofisticados equipamentos de segurança e videovigilância, portas blindadas de cinco toneladas, vitrines com controlo de temperatura e humidade e vidros à prova de bala.
Além do espaço expositivo, o museu contempla ainda áreas técnicas, um serviço de apoio à gestão, um laboratório de conservação e restauro, duas salas de exposições temporárias, um espaço polivalente e um serviço educativo.
O desenvolvimento deste novo projeto museológico envolveu a DGPC, a Associação de Turismo de Lisboa (ATL) e o município.
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