O velório do corpo do escritor realiza-se a partir das 10:00 de sexta-feira, estando a cerimónia de cremação prevista para as 14:00, divulgou a editora, em comunicado.

“Homenageia-se assim um homem de uma escrita viva, cheia de amor pela literatura, mas também irreverente e sarcástica, que dedicou parte significativa dos seus 93 anos a combater a opacidade, o snobismo e a chatice, em defesa do prazer, do encanto e da emoção”, afirma a Guerra & Paz, em comunicado.

O poeta, ensaísta e crítico literário Eugénio Lisboa, especialista na obra do escritor José Régio (1901-1969), morreu na terça-feira, em Lisboa.

O autor estava internado no Hospital Curry Cabral, onde morreu de doença oncológica.

Eugénio Lisboa foi professor universitário de literatura portuguesa nas universidades da antiga Lourenço Marques, atual Maputo, Pretória (1974-75) e Estocolmo (1977-78).

A partir de maio de 1978 exerceu funções diplomáticas, ocupando durante 17 anos consecutivos o cargo de conselheiro cultural da embaixada de Portugal em Londres (1978-1995). Mais tarde, presidiu à Comissão Nacional da UNESCO (1996-1998) e foi professor catedrático convidado da Universidade de Aveiro (1995-2000).

Em Portugal, Eugénio Lisboa teve colaboração dispersa no Jornal de Letras Artes e Ideias, nos vespertinos A Capital e Diário Popular, nas revistas LER, O Tempo e o Modo, Colóquio-Letras, Nova Renascença e Oceanos, entre outras, e dirigiu a publicação, na Imprensa Nacional, das obras completas de José Régio.

Membro da Academia das Ciências de Lisboa, na Classe de Letras, Eugénio Lisboa foi Doutor ‘Honoris Causa’ pela Universidade de Nottingham, no Reino Unido (1988), e pela Universidade de Aveiro (2002).

Em 2018 recebeu o Prémio Tributo de Consagração da Fundação Quinta das Lágrimas, de Coimbra.

Foi agraciado com os graus de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1980), Comendador da Ordem do Mérito (1993) e Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico (2019).