De acordo com fontes do ministério das Finanças de Israel, em declarações ao jornal Haaretz e citadas pela agência EFE, prevê-se que, no próximo ano, o concurso se realize entre 17 e 24 de maio, no Pavilhão 2 do recinto da feira de Tel Aviv, concluído em 2015, desenhado para eventos de grande dimensão e que é a única infraestrutura a reunir os requisitos organizativos e políticos para acolher o festival.
Uma das desvantagens é a capacidade do espaço, dez mil espectadores, bem menos do que a Altice Arena, em Lisboa, onde se realizou este ano o concurso, que acolhia 18 mil.
A estação pública israelita de televisão Kan, responsável pela produção da iniciativa, está em negociações com o governo, que, de acordo com o jornal Haaretz, poderá investir entre 16,6 milhões e 22,1 milhões de dólares (entre os 14,2 mihões e os 18,9 milhões de euros).
Depois de concluídas as negociações, inicia-se o processo de candidatura de várias cidades de Israel a acolherem o Festival Eurovisão da Canção, não sendo claro se Jerusalém será candidata.
Segundo o Haaretz, o facto de o calendário do concurso incluir um mês de ensaios - que coincide com as festividades judias do shabat, no qual a população mais ortodoxa exige descanso absoluto sem atividades institucionais nem organismos oficiais e durante o qual não há transportes públicos – pode impossibilitar a entrada de Jerusalém na corrida.
Outras das possibilidades em cima da mesa são a realização do concurso no estádio de futebol de Haifa, a norte de Tel Aviv, ou na cidade turística de Eilat, banhada pelo Mar Vermelho, na fronteira com o Egipto e a Jordânia.
Israel acolhe o concurso em 2019 depois de ter vencido a edição deste ano com o tema “Toy”, interpretado por Netta Barzlilai.
Há cerca de duas semanas, o governo israelita decidiu que não iria interferir na eleição da cidade anfitriã do concurso e que não iria impor Jerusalém como única hipótese.
O executivo acabou assim por ceder às exigências da União Europeia de Radiodifusão (EBU, sigla em inglês), que tinha pedido ao país que propusesse uma cidade “menos divisiva e controversa” que Jerusalém, cuja zona oriental está ocupada pelos israelitas aos palestinianos desde 1967, e na qual a comunidade internacional não reconhece a soberania de Israel.
Perante a possibilidade de a Eurovisão este ano se realizar em Jerusalém, o Sindicato dos Jornalistas Palestinianos, a Campanha de boicote a Israel e 17 organismos culturais palestinianos pediram, numa carta dirigida aos membros da EBU e aos países que participam no concurso, que não fizessem parte da próxima edição do concurso e boicotassem a iniciativa.
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