“Como sempre, Serralves tem tido salas cheias e acho que, neste caso, vai ser surpreendente porque o museu sofreu uma grande reestruturação e remodelação, uma encenação que vai surpreender o público”, afirmou aquela responsável.
Numa visita exclusiva para a comunicação social, Marta Almeida disse que esta instalação obrigou a um trabalho de iluminação, montagem e modificação dos espaços, bastante complexo, que, a poucas horas da abertura da exposição, ainda estava a ser ultimado.
“Serralves está transformado para mostrar cinema. A exposição foi desenha em grande colaboração do arquiteto José Neves com Pedro Costa, e contou com a colaboração da Marta Mateus e Andy Rector, um critico de cinema próximo de Pedro Costa, que está a produzir e a conceber uma peça especifica para esta exposição”, referiu.
Para a diretora adjunta do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, esta exposição “é uma viagem sobre a obra de Pedro Costa e de quem o acompanha”, onde podem ser vistas colaborações de diversos artistas e ainda 24 excertos de filmes da história do cinema, bem como do próprio cineasta.
A obra de Pedro Costa, que expõe em Serralves pela segunda vez, é, para aquela responsável, “um diálogo permanente com os artistas e as personagens dos seus filmes”, pelo que esta exposição é fruto deste trabalho conjunto, a que se chamou “Companhia”.
Questionada sobre a abertura do concurso para o cargo que ocupa desde a demissão de João Ribas, Marta Almeida disse que ainda não há uma data, escusando a confirmar se o concurso vai ser lançado antes do Conselho de Fundadores em dezembro, onde se decide pela continuidade ou não do atual Conselho de Administração de Serralves.
Marta Almeida sublinhou que está “concentrada na concretização da programação”.
Com arquitetura de José Neves e coordenação de Filipa Loureiro e Marta Almeida, “Companhia” é inaugurada hoje, pelas 22:00, e, no sábado, pelas 21:30, conta com uma sessão que junta os filmes “O Nosso Homem” (2010) a “Cavalo Dinheiro” (2014), do cineasta.
Apresentado pelo próprio Pedro Costa e pelo subdiretor do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, João Fernandes, a curta “O Nosso Homem” antecede o filme que lhe valeu o Leopardo de Ouro, por Melhor Realização, no Festival de Locarno, há quatro anos.
A exposição, patente até 27 de janeiro de 2019, inclui várias expressões artísticas, de pinturas a esculturas, desenhos, livros e outra documentação que dialogam com a obra cinematográfica do lisboeta, sendo que as visitas orientadas, destinadas a enquadrar as várias referências, contam com nomes como Joaquim Manuel Caetano, Melissa Rodrigues e Marta Mateus.
Entre os nomes destacados como importantes na vida e trabalho de Pedro Costa estão Pablo Picasso, Robert Bresson, António Reis, Jeff Wall ou Jean-Luc Godard, com Chantal Akerman, Jean-Marie Straub, Danièle Huillet, Paulo Nozolino ou Rui Chafes, como colaboradores, em obras patentes na exposição.
Além das sessões, Serralves organiza ainda várias visitas orientadas, convidando figuras ligadas à obra e à mostra, como o comissário Nuno Crespo, o realizador João Dias, o historiador de arte Joaquim Manuel Caetano e o escultor Rui Chafes – este último em 01 de dezembro, no encerramento do programa.
No próximo domingo, será ainda apresentado, na Livraria de Serralves, um livro sobre o cineasta, da autoria de Carlos Melo Ferreira, numa parceria com a editora Afrontamento, e que se apresenta como a “cartografia da obra de um cineasta contemporâneo ímpar”.
Nascido em Lisboa, em 1959, Costa estudou História antes de se deixar levar pela área pelo cinema, estreando-se em longas-metragens em 1989 com “O Sangue”, cinco anos antes de “Casa de Lava”, selecionado pera o Festival de Cannes.
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