Em declarações hoje aos jornalistas, no final da apresentação do programa cultural, que reunirá mais de 100 atividades, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse que os custos de produção do evento, que “é mais do que um festival literário e não é apenas uma feira”, rondam os 400 mil euros, recorrendo a recursos humanos da autarquia.
“Será o retorno a uma feira mais livre, em que as pessoas podem circular muito mais à vontade, mas com a programação de sempre, variada e com gente muito estimulante, de várias gerações, com programadores, mediadores e com muitos poetas”, referiu o responsável pela programação, Nuno Faria.
Este será o primeiro ano pós-pandemia em que o festival literário decorre sem restrições de lotação, em que o mote passa por “Imaginar e Agir”, e a poesia estará em destaque.
A homenageada deste ano, lisboeta de nascença e portuense por adoção, Ana Luísa Amaral foi recentemente galardoada com o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana.
Hoje admitiu que tem “pena que Rui Moreira vá embora”, pelo “imenso” trabalho que tem realizado na área da cultura, como a Feira do Livro, que é já “uma referência” muito importante no país.
Considerada um nome maior da poesia portuguesa, Ana Luísa Amaral notabilizou-se, também, como escritora para o público infantojuvenil, além de prosseguir uma atividade relacionada com o estudo da obra de mulheres escritoras.
Além de um doutoramento sobre a poesia de Emily Dickinson, tem como áreas de investigação Poéticas Comparadas, Estudos Feministas e Estudos Queer.
No primeiro sábado da Feira do Livro do Porto, 27 de agosto, ser-lhe-á atribuída a Tília de Homenagem, à semelhança do que aconteceu com outros artistas celebrados em edições anteriores.
Integralmente organizada pela Câmara do Porto, a feira contará, nesta 9.ª edição, com a participação de 84 entidades, distribuídas por 126 pavilhões na Avenida das Tílias.
Os visitantes terão também à sua disposição uma programação cultural composta por várias sessões de Conversas, Lições, Oficinas, Concertos, Cinema, Exposição, Rádio e “Palavra Soprada”.
O Auditório da Biblioteca Almeida Garrett vai receber o conjunto de lições, este ano dividido em dois programas, o primeiro, com curadoria de Nuno Faria (no qual se integra a lição de Ana Luísa Amaral sobre Emily Dickinson, a 28 de agosto) e, o segundo, Lições Brasileiras, com curadoria da investigadora Joana Matos Frias.
As Conversas regressam com três desdobramentos, “Brancura de Relâmpago” – com quatro sessões programadas por João Gesta (programador das Quintas de Leitura), conduzidas por Inês Fonseca Santos – “Poemagens” e “O Poema Ensina a Cair”, um verso de Luiza Neto Jorge, que também serve de nome ao projeto de divulgação dirigido por Raquel Marinho.
Haverá igualmente a exposição “Escrevo Para um Amigo que Virá”, de Manuel Gusmão, e o programa “Palavra Soprada”, com destaque para uma sessão das Quintas de Leitura, dedicada à poesia de Ana Luísa Amaral.
O centenário de Agustina Bessa-Luís será celebrado com uma sessão de Palavras Sopradas, apelidada de “Longos Dias têm Cem Anos”, um dos títulos da escritora (dedicado aos artistas Maria Helena Vieira da Silva e Arpaz Szénes).
Haverá ainda um ciclo de cinema, a cargo do Cineclube do Porto, e música, com os Concertos de Bolso, e o Porta-Jazz ao Relento, entre outros.
Para o público infantojuvenil estão programadas cerca de meia centena de atividades.
No total, o programa da Feira do Livro do Porto 2022 inclui 22 concertos, 11 conversas, nove lições, quatro sessões de cinema, cinco sessões de “Palavra Soprada” e 46 atividades infantojuvenis, atividades que se ramificam pelos Jardins do Palácio de Cristal, Biblioteca Municipal Almeida Garrett, Casa do Roseiral e Extensão do Romantismo.
A Rádio Estação estará igualmente de regresso, voltando a sintonizar-se a partir da Avenida das Tílias, durante todo o horário de funcionamento da Feira do Livro.
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